Operação na favela Kelson’s contra traficante que matou ex termina com dois suspeitos mortos em escola


A operação da Polícia Civil e da Polícia Rodoviária Federal realizada na manhã desta terça-feira na comunidade Kelson’s, na Penha, Zona Norte do Rio, terminou com dois suspeitos mortos durante troca de tiros com agentes da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) dentro da escola municipal Cantor e Compositor Gonzaguinha. A Polícia Civil afirmou que não havia funcionários ou alunos dentro da unidade de ensino do município durante o tiroteio. O objetivo principal da operação era prender comparsas do traficante Dalton Vieira Santana, de 31 anos, suspeito de comandar o tráfico de drogas na comunidade e acusado de ter assassinado a ex-namorada, a estudante Bianca Lourenço da Silva, de 24 anos, no começo do ano. Os restos mortais da jovem foram encontrados mutilados dentro de um tonel que estava boiando numa praia da Ilha do Fundão, na mesma região onde fica a comunidade.

A Polícia Civil sabia que Dalton, mais conhecido como DT, não estava na favela, mas fez a operação para tentar localizar um quatro suspeito ter participado do assassinato de Bianca.

— Tínhamos um monitoramento da área, e sabíamos que ninguém estava na escola. Montamos cedo para evitar que crianças estivessem nas ruas. Se tivesse alguém na região a Core não iria entrar — disse o delegado Ronaldo Oliveira, assessor especial do gabinete da Polícia Civil.

A operação também tentou a localizar o HB20 utilizado por Dalton, Enzo da Cunha Silva Costa, o Enzo da Mamãe e Edgard Alves de Andrade, o Doca, no crime. Nenhum dos três também foi encontrado. O veículo também não foi achado.

Outro objetivo dos agentes era encontrar possíveis testemunhas que tenham visto Bianca ser retirada de uma casa na comunidade e levada à força por Dalton.

Bianca desapareceu no dia 3 de janeiro
Bianca desapareceu no dia 3 de janeiro Foto: Reprodução

De acordo com as investigações, Dalton não aceitava o fim do relacionamento com a vítima. Por isso, decidiu matar a jovem. Por dias, a família de Bianca peregrinou por favelas da Zona Norte em busca dos restos mortais da estudante. O corpo só foi encontrado duas semanas depois, no dia 12 de janeiro.

Sem se identificar, por temer retaliações do tráfico de drogas, uma tia de Bianca disse que “a família está tentando esquecer essa tristeza toda”.

— Ninguém tem dormido mais, desde o dia em que ela sumiu. Só queremos esquecer tudo isso. Foi muito destruidor. Nós a enterramos e agora queremos paz. Ele maltratou demais todos nós. A única coisa que queremos que aconteça é que ele seja punido. Ninguém tem o direito de fazer o que ele fez. Ele acabou com vidas, sonhos — disse a parente da jovem. Ela acrescentou que, com medo, vários familiares de Bianca deixaram o estado.

Leandro Costa, delegado da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), disse que a Polícia Civil já indicou três criminosos pelo assassinato da jovem:

— Indiciamos três pessoas. O Doca, chefe do tráfico de drogas na Penha, autorizou a morte da Bianca. Já o Enzo foi até a casa onde ele estava e passou informações para o DT. Logo depois, os dois foram ao local, com a ajuda de uma terceira pessoa, e sequestraram a jovem. O objetivo de hoje era, também, achar o carro utilizado na morte.

A Polícia Civil afirma que Bianca foi morta no alto do Complexo da Penha. No entanto, a instituição não sabe dizer se o corpo da jovem foi esquartejado na Penha ou na Kelson’s.



Fonte: Fonte: Jornal Extra