Operação da Polícia Civil contra furto de combustíveis tem suspeito que fez família refém


O furto de combustível de um duto da Petrobras no começo do ano, em Japeri, na Baixada Fluminense, fez com que a Polícia Civil descobrisse uma rede de criminosos que tinha como alvos os poços da empresa em diversos municípios do Rio. O bando utilizava vários meios para driblar a polícia e fiscais. Na manhã desta quarta-feira, a Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) faz a operação Baú para desarticular a quadrilha que, em pouco menos de nove meses, causou prejuízo de mais de R$ 1 milhão. A quadrilha usava até batedores no transporte do material furtado.

Ao todo estão sendo cumpridos sete mandados de prisão contra a organização criminosa. Até agora cinco suspeitos foram presos. Um dos alvos, Wagner Rodrigues, morador da Mangueirinha, em Duque de Caxias, chegou a fazer a própria família refém durante o cumprimento de mandado de prisão. Com o suspeito, os agentes aprenderam um revólver 38.

Segundo a delegacia, a quadrilha perfurava poços da Petrobras em Japeri e, para não chamar atenção, usava caminhões tanques tipo baú para transportar combustível. Eles adaptaram isotanques instalados no interior dos veículos para não chamar a atenção da fiscalização.

Grupo usava batedores

Ao longo de nove meses, os investigadores descobriram que, durante a perfuração dos dutos, bandidos armados protegiam a operação de retirada dos combustíveis. O esquema de segurança da quadrilha incluía até batedores, que vinham à frente do caminhão com o material furtado, para avisar sobre a presença de policiais na estrada. A investigação aponta que todos os envolvidos tinham um papel específico e eram igualados na hierarquia da quadrilha.

Tanques em que a quadrilha transportava combustível furtado em caminhão-baú
Tanques em que a quadrilha transportava combustível furtado em caminhão-baú Foto: Polícia Civil

Os investigadores cumprem mandados de prisão em Japeri e também em Duque de Caxias, municípios da Baixada Fluminense. Além de Itaguaí, na Região Metropolitana.

O inquérito da Polícia Civil diz que, além do prejuízo financeiro, somam-se relevantes danos ambientais, “como derramamento de petróleo no solo e risco de explosão, colocando em risco de morte um grande número de pessoas; e de graves problemas operacionais, como a paralisação do fluxo do transporte de combustível e a necessidade de realização de obras para a recomposição dos dutos”.

O grupo furtava gasolina tipo A, a mais pura, que era tratada e revendida para postos de gasolinas sem bandeira.



Fonte: Fonte: Jornal Extra