‘Nunca vi uma cena triste dessa’, diz perito com 26 anos de carreira sobre corpo preso em janela


Mesmo com mais de duas décadas de profissão, o perito Elmir Machado, da Polícia Científica do Estado do Paraná, conta que ficou impressionado com a ocorrência atendida na manhã desta segunda-feira (6) em um condomínio na região do Ecoville, em Curitiba.

A ocorrência foi no quinto andar do edifício no Mossunguê.
Foto: Djalma Malaquias.

O corpo de um homem foi encontrado preso entre a tela de proteção e o vidro da janela do apartamento onde ele morava, em um edifício no bairro Mossunguê, que fica de frente para a Rua Pedro Viriato Parigot de Souza.

“Foi uma cena diferente. Em 26 anos de carreira nunca vi uma cena triste dessa, com uma vítima presa na janela”

diz Machado, que realizou a perícia no local.

Segundo informações preliminares, a vítima seria um usuário de drogas em tratamento, que não estaria fazendo uso do entorpecente há algum tempo. “Mas foi encontrada substância análoga a cocaína. Papelotes, na linguagem popular. Dois inteiros e três abertos”, revelou o perito.

A primeira impressão, segundo Machado, é que possivelmente o rapaz tenha tido uma recaída e feito uso da cocaína. “Vamos fazer exame toxicológico no IML para apurar se efetivamente usou essa droga e ver a causa mortis que ele sofreu.”

O apartamento tem três quartos e todos os cômodos estavam revirados, segundo a perícia. Um quarto, de frente para a rua, está com a tela cortada. E o outro, onde estava o cadáver, não.

“Não sei como ele se encontrava, mas ele não estava normal. De repente, pode ter cortado essa tela da primeira janela achando que ia pular posteriormente. Mas, nesse surto que estava, se enganou da janela que havia cortado e ficou na outra”

supõe Machado.

A Criminalística suspeita que o rapaz tenha sofrido uma parada cardíaca por conta do uso de droga e morreu. Não foram verificados sinais de violência no corpo.

Investigação

Pelo estado do corpo, a hipótese é que o morador do condomínio tenha morrido por volta de 1h ou 2h da madrugada. Nos apartamentos do mesmo piso onde o corpo foi encontrado não foram localizados vizinhos.

“Ninguém atendeu, o porteiro acha que não tem ninguém e estão todos na praia”, disse Machado.

A Delegacia de Homicídios está investigando se condôminos dos apartamentos do piso inferior ao da vítima escutaram alguma movimentação. “Pelo desalinho interno [dos móveis], o barulho foi grande.”





Fonte: Banda B