Morta em Teresópolis teve seis perfurações no corpo, e denunciou ex-marido por estupro, ameaça e lesão corporal


A família de Natália da Silva Fonseca de Souza, de 29 anos, vítima de feminicídio na noite de segunda-feira, dia 4, em Teresópolis, na Região Serrana do Rio, luta por justiça. A jovem formada em Serviço Social foi assassinada pelo ex-marido, Alexsandro Fonseca de Souza, dentro de casa, na localidade de Jardim Feo, no bairro de Barra do Imbuí, e foi atingida de três a seis tiros. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal, a mulher teve seis perfurações pelo corpo: um tiro atingiu o coração, dois pegaram o braço, um entrou pela barriga, um acertou a cabeça e outro a perna da vítima. Para família, o crime foi premeditado e com requinte de crueldade.

— Ele deu por volta de seis tiros nela. O corpo ainda tinha marcas de agressões físicas, o rosto estava com machucados. Ele quis mostrar que, definitivamente, queria tirar a vida dela. A gente quer que ele pague por esse crime que ele cometeu, que não fique impune. Tudo indica que foi a sangue frio. Ele já tinha essa pretensão de executar, de matá-la. Muito triste o que aconteceu com ela. A nossa família está destroçada e queremos justiça — diz a prima de vítima, Isabela Gomes.

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Natália foi sepultada e enterrada na tarde de terça-feira, dia 5, em uma cerimônia que contou com familiares e amigos em Teresópolis. Ela foi morta na frente da filha, de apenas 11 anos, que tem síndrome delecção 1p36, uma condição genética rara. Já o ex-marido foi preso em flagrante por feminicídio, mas está sob custódia no Hospital das Clínicas da cidade. Após matar a ex-mulher, ele tentou tirar a própria vida e seu estado é grave.

Alexandro Fonseca e a Natália Lima em um registro de 2016: suspeito matou a ex-mulher em Teresópolis
Alexandro Fonseca e a Natália Lima em um registro de 2016: suspeito matou a ex-mulher em Teresópolis Foto: Reprodução / Facebook

O casal estava separado há três meses, e Natália entrou com uma medida protetiva contra o ex-marido. Na Polícia Civil, constam três registros de ocorrências por violência doméstica feitos pela vítima contra Alexsandro só no último semestre de 2020: ameaça, estupro e lesão corporal. Segundo parentes, ele havia dito que mataria a ex-esposa caso ela assumisse o novo namorado.

O caso é investigado pela 110ª DP (Teresópolis). Testemunhas estão sendo ouvidas na unidade policial, e a arma usada no crime, um revólver calibre 32, foi apreendida pela Polícia Militar no local.

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Natália da Silva Fonseca, de 29 anos, foi vítima de feminicídio em Teresópolis. O suspeito é o ex-marido
Natália da Silva Fonseca, de 29 anos, foi vítima de feminicídio em Teresópolis. O suspeito é o ex-marido Foto: Arquivo Pessoal

Vítima pediu ajuda pelo celular

Segundo informações da família, o ex-marido estava inconformado por Natália não aceitar reatar o casamento. Natália havia assumido um novo relacionamento, o que revoltou o Alexsandro. Foi o atual namorado da jovem que chamou a polícia, após a vítima enviar uma mensagem por WhatsApp, por volta das 23h22, já baleada e pedindo ajuda.

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Natália mandou uma foto ferida no rosto com mensagem escrita: “Chama a Polícia rápido… Socorro… Bombeiros… Rápido….”. Foram as últimas palavras dela no celular para o namorado, que chegou ao mesmo tempo que a PM no local. O corpo da vítima está no IML de Teresópolis.

— Eles (Natália e Alexsandro) foram casados por muitos anos. Mas haviam se separado há três meses, e ela assumiu outro relacionamento. Ao saber da história, Alexsandro pegou uma arma e foi atrás dela. Chegando lá, disparou dois tiros que não a mataram, e um terceiro enquanto ela havia desmaiado pela dor dos disparos. O terceiro não só tirou sua vida como levou parte de nós. Ela era muito dedicada e estudiosa, muito querida por todos nós. Só queremos justiça — diz Isabela Gomes.

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Natália da Silva Fonseca, de 29 anos, era formada em Serviço Social. Deixou uma filha com uma síndrome rara
Natália da Silva Fonseca, de 29 anos, era formada em Serviço Social. Deixou uma filha com uma síndrome rara Foto: Arquivo Pessoal



Fonte: Fonte: Jornal Extra