Um carro de passeio explodiu enquanto abastecia com Gás Natural Veicular (GNV) em um posto de gasolina na Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106), na altura do bairro Balneário, em São Pedro da Aldeira, na Região dos Lagos. O acidente aconteceu no final da manhã desta quinta-feira e deixou cinco pessoas feridas, duas delas em estado grave. O frentista Alyf C. Santana, de 21 anos, teve as duas pernas amputadas e foi levado pelos bombeiros para o pronto-socorro da cidade, mas não resistiu e morreu na unidade de saúde.
Segundo o Corpo de Bombeiros, que foi acionado às 12h, o motorista do carro sofreu graves lesões no crânio e na face, sendo constatado politraumatismo. Além disso Luiz C. Pereira, de 28 anos, ainda teve ferimentos na região do tórax e do abdome. Devido a gravidade dos ferimentos, Luiz, levado inicialmente para o pronto-socorro de São Pedro da Aldeia, precisou ser transferido para o Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama. Outros dois funcionários do posto também ficaram feridos, foram atendidos e receberam alta.
Quem estava no local descreve que foram segundos de terror. Outros veículos que estavam no local foram atingidos pela explosão. Uma moto foi arremeçada longe e uma roda se soltou de um caminhão, atingindo um guarda municipal que estava fazendo o balizamento da pista. Identificado como Luciano Valente, o guarda foi socorrido pelos bombeiros também para o pronto-socorro de São Pedro com lesões no tórax. Luciano foi transferido durante a tarde para o Hospital Estadual Roberto Chabo, em Araruama, para a realização de exames e a avalição da necessidade de cirurgia.
Os bombeiros confirmaram que a explosão aconteceu no cilindro de gás durante o abastecimento. O carro e o teto do posto ficaram totalmente destruídos. A Associação dos Organismos de Inspeção Veicular (Assinsp) está preocupada com os números de casos de acidentes com cilindros de GNV neste ano. Segundo o presidente da Associação, Raphael Chade, o veículo que explodiu hoje em São Pedro da Aldeia estava há três anos sem fazer inspeção no cilindro.
— Se a fiscalização não for intensificada, infelizmente teremos mais casos como esses. Temos 60% da frota irregular circulando no Rio. É um número preocupante — explicou Rafael.
A Assessoria de Imprensa da Secretaria de Estado de Polícia Militar informou que a polícia militar foi acionada e policiais do 25ºBPM foram para o local. A área foi isolada para a realização da perícia. Já a Polícia Civil disse que o caso foi registrado na 125ª DP (São Pedro da Aldeia) e diligências estão em andamento para esclarecer todos os fatos.
O prefeito de São Pedro da Aldeia, Carlos Fabio da Silva, conhecido como Fábio do Pastel, lamentou o acidente nas redes sociais: “Recebi, com tristeza, na manhã desta quinta-feira, a informação sobre a explosão no posto de combustíveis no Balneário. Mobilizamos todas as equipes competentes do nosso município para o atendimento às vítimas e isolamento do local. Um momento difícil, com vítimas, com as quais me solidarizo neste momento. Nos colocamos à disposição dos familiares”.
Outros explosões
Na manhã do dia 26 de julho, Mário Magalhães da Penha, de 67 anos, abastecia o seu carro com GNV em um posto na Rua Vinte e Quatro de Maio, em São Francisco Xavier, Zona Norte do Rio, quando o veículo explodiu. Mários estava olhando alguma coisa na mala, quando houve a explosão e foi arremeçado longe. Ele chegou a ser levado para Hospital Municipal Salgado Filho, passou por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo no dia seguinte.
Uma mulher, que seria esposa de Mário e estava próxima do veículo, também ficou ferida, mas sem gravidade. O carro ficou destruído, assim como parte do teto do posto e das bombas de combustível. Frentistas contaram que a explosão foi no cilindro de gás do veículo, que estava em mau estado de conservação.
Na última sexta-feira, outro carro explodiu enquanto abastecia com GNV em Paciência, Zona Oeste do Rio. O veículo ficou completamente destruído, mas, segundo a Polícia Militar, não houve feridos.
Claudio Torelli, diretor de comunicação da Associação Nacional dos Organismos de Inspeção (Angis), alertou na época que a clandestinidade e a desinformação são dois vilões que colocam em risco a vida dos motoristas. Ele fez parte da equipe que investigou o primeiro acidente com GNV no Brasil, em 1994, e alerta para a necessidade de seguir os parâmetros dos órgãos de fiscalização, nesse caso, o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
Fonte: Fonte: Jornal Extra