Há 11 dias a família da estudante Júlia Hemanuelly de Faria Costa, de 15 anos, vive uma angústia. A jovem desapareceu pouco antes de ir para escola, no dia 13 de fevereiro, quando estava dentro de casa, em Arrozal, distrito do município de Piraí, na Região do Vale do Paraíba. Uma perícia feita pela polícia na residência encontrou uma macha de sangue em um sofá. Um suspeito de envolvimento no sumiço da adolescente teve a prisão temporária decretada e já está atrás das grades. Luiz Paulo Alves Vieira Filho é padrasto de Júlia. Investigação da Polícia Civil revela que ele culpava a garota pelo mau andamento do casamento com a mãe da menina.
Parentes da menina e moradores da região irão promover buscas por áreas de mata e por cidades vizinhas, neste sábado e domingo, para tentar encontrar a estudante.
— Vamos fazer buscas em área de mata de Arrozal e do município vizinho de Pinheiral. Ainda temos esperança de encontrar Júlia viva. Ela pode estar presa em algum cativeiro ou algo assim — disse Rogério Lopes, tio da estudante.
Júlia foi vista pela última vez por Eva Faria, de 49, mãe da adolescente, na manhã do dia 13. Antes de sair de casa acompanhada de Luiz Paulo, ela deu um beijo na filha. Por volta do meio-dia, Eva recebeu mensagens suspeitas, enviadas do telefone da menina. Desconfiada do teor da correspondência, que não compactuava com o comportamento da estudante, a mãe voltou para a residência, mas não encontrou a filha. A polícia foi acionada e recolheu imagens de câmeras de seguranças de residências próximas.
Em nenhuma das imagens analisadas, a jovem aparece saindo de casa para ir à escola. Ela também não compareceu ao Colégio Estadual Otávio Teixeira Campos, onde cursa o segundo ano do ensino médio.
No material analisado, no entanto, os policiais encontraram a imagem de um carro utilizado pelo padrasto de Júlia estacionando na garagem da casa. Cerca de 30 minutos depois, o veículo deixou o local. Testemunhas foram ouvidas pelo delegado Marcelo Haddad, da 94DP (Piraí), responsável pela investigação do caso. Uma delas disse ter visto Luiz Paulo colocando um volume no carro coberto por um lençol. Além disto, os policiais também encontraram uma mancha de sangue no sofá da casa, que segundo parentes, não existia antes da menina desaparecer.
Luiz Paulo teve a prisão temporária decretada, sendo preso no mesmo dia 13 de fevereiro. Ele passou por uma audiência de custódia, realizada pelo juízo da Central de Custódia de Volta Redonda. Na ocasião, a legalidade da prisão foi confirmada por um juiz. Para a polícia, não há dúvida do envolvimento do suspeito no desparecimento da enteada.
— Os indícios são muito fortes e apontam que o Luiz Paulo é o autor do sumiço da enteada. Estamos investigando o caso e ainda dependemos de algumas perícias e do resultado de alguns exames. As investigações vão continuar — disse o delegado Marcelo Haddad.
Entre as perícias aguardadas pelo delegado estão o resultado de exames de DNA. Peritos analisarão manchas de sangue encontradas no carpete do carro, dirigido pelo suspeito, e no sofá da casa de Júlia. As manchas serão comparadas com material cedido pela família da jovem para saber se o sangue é ou não da menina desaparecida. Ouvido na 94DP, Luiz Paulo negou a autoria do crime.
A mãe de Júlia passou mal e após forte crise emocional precisou ser internada em um hospital da região. Ainda segundo parentes da adolescente, Eva e o padrasto da estudante estavam juntos havia cerca de dois anos.
Descrito pela família da menina desaparecida com um homem muito possessivo e ciumento, ele já teria tido várias brigas com a mulher. Quem souber de alguma informação que ajude a polícia a localizar Júlia Hemanuelly de Faria Costa pode ligar para o Disque-Denúncia (2253-1177). Quem estiver fora da Região Metropolitana do Rio deve acrescentar o código 21 antes do número. Não é necessário se identificar.
Fonte: Fonte: Jornal Extra