Milésimo dia sem Marielle e Anderson repercute na web com lembranças honrosas e cobranças por solução do crime


O milésimo dia após as mortes de Marielle Franco e Anderson Gomes foi lembrado nas redes sociais principalmente em tom de homenagem às vítimas e de cobrança por uma solução do crime, com um número de ataques e críticas bem inferior. Segundo um levantamento da consultoria Arquimedes, a pedido do EXTRA, foram coletadas 47 mil postagens em referência à Marielle nas redes até as 17h desta terça-feira, 8.

Entre elas, a que mais repercutiu foi a de Guilherme Boulos, que integra o PSOL, mesmo partido da vereadora assassinada. O post dele no Twitter teve 5,4 mil compartilhamentos no período da análise.

Pedro Bruzzi, da Arquimedes, explica que por esse motivo o nome dele aparece destacado no gráfico, que aparece predominado pela cor rosa, em referência às menções em lembrança honrosa, correspondentes a 97% do total de publicações sobre o tema.

Dados sobre repercussão do milésimo dia das mortes de Marielle e Anderson
Dados sobre repercussão do milésimo dia das mortes de Marielle e Anderson Foto: Consultoria Arquimedes

A publicação da jornalista Eliane Brum rendeu 4,6 mil retuítes, ocupando, portanto, o segundo lugar dos posts que mais reverberaram no microblog. Outras páginas em proeminência foram Lula (PT), Instituto Marielle, Mídia Ninja, Quebrando o Tabu, e Marcelo Freixo (PSOL), além de Manuela D’Ávila (PC do B) e Ciro Gomes (PDT).

O conteúdo da maior parte das postagens em memória às vítimas traz cobranças às autoridades pelo fato de o crime ainda não ter sido solucionado. Mil dias depois, a investigação apresentou suspeitos, mas ninguém foi condenado e nenhum mandante foi identificado.

Aliás, desde a véspera, políticos, estudiosos e artistas vinham cobrando por respostas do Ministério Público do Rio de Janeiro referentes aos assassinatos da vereadora e de seu motorista Anderson. O nome de Marielle chegou a ficar entre os assuntos mais comentados do Twitter, assim como a hashtag #1000DiasSemMarielle.

Ainda de acordo com Bruzzi, o agrupamento azul no gráfico, em menor representação, concentra ataques e críticas, que se limitaram a apenas 3% do volume de menções, sendo maioria de perfis apoiadores do presidente da República, Jair Bolsonaro.

— O principal argumento do grupo é que a esquerda só se importa com a morte de Marielle Franco, ignorando as inúmeras outras vidas perdidas, em especial as de policiais. Contudo, o grupo falou pra si, sem conseguir relevância no debate amplo — explicou.



Fonte: Fonte: Jornal Extra