O Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítima de Crimes (Nucria) confirmou que a jovem Talita Meireles, de 23 anos, mentiu em depoimento ao informar que teria passado por um procedimento médico após o suposto aborto espontâneo ocorrido durante o mês de junho. De acordo com a delegada Ellen Victer, a Polícia Civil esteve nesta quarta-feira (14) na maternidade informada pela suspeita e nenhum registro de atendimento foi identificado.

Com a negativa, o Nucria agora quer saber o verdadeiro motivo que levou Talita a tentar furtar o bebê do Hospital do Trabalhador. “Nenhuma linha de raciocínio a gente vai descartar, inclusive a possibilidade dela nem mesmo ter estado grávida. O mais importante agora é descobrir a motivação do crime, se agiu sozinha ou contou com ajuda de outra pessoa, e como entrou no hospital, se já estava trajada com aquela roupa ou não”, disse Ellen Victer.

No depoimento prestado à Central de Flagrantes após o crime, Talita disse que não queria contar para a família que sofreu um aborto espontâneo durante o mês de junho. Ela informou que estava com seis meses de gravidez no momento da perda e especificou uma data: 27 de junho.

O advogado responsável pela defesa dela informou que a jovem está em estado de depressão puerperal e esse seria o motivo do cometimento do crime. O Nucria não descarta a possibilidade. “É uma linha de raciocínio que temos que investigar e que pode levar a uma mudança de entendimento, já que ela passaria também a ser certa vítima da situação”, explicou a delegada.

Delegada Ellen Victer – Foto: Antônio Nascimento – Banda B

Além da maternidade, a polícia também esteve na Secretaria Municipal da Saúde e quer ouvir a mãe de Talita sobre a gestação.

Violência Doméstica

Outro ponto que será analisado pela delegacia é um boletim de ocorrência registrado em abril por Talita contra o marido. Na ocasião, segundo o boletim de ocorrência, a jovem foi agredida e sofreu cortes de facas. A polícia também avalia a possibilidade de ela ter perdido o bebê durante a briga.