Justiça decide que ex-marido vá a júri popular


A juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler decidiu que Wagner Oganauskas, ex-presidente do clube Morgenau, e Marcos Antonio Ramon, amigo dele e ex-diretor do clube, vão a júri popular pela morte de Ana Paula Campestrini. A magistrada negou que eles respondam ao processo em liberdade.

ana paula campestrini
Reprodução Redes Sociais

Ainda na decisão, a magistrada inocentou o técnico de informática Felipe Rodrigues Wada que havia sido denunciado por fraude processual.

Os dois foram denunciados pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) por feminicídio com as qualificadoras de motivo torpe, pagamento de recompensa e impossibilidade de defesa da vítima. Ramon também responde por fraude processual.

Além de decidir pelo júri popular, a magistrada negou que os dois respondam ao processo em liberdade.

“Considerando que estão presentes os requisitos da prisão preventiva para a garantia da ordem pública, mantenho-a por seus próprios fundamentos neste ponto, e, em consequência, nego aos réus o direito de recorrer ou aguardar o julgamento em liberdade”, diz a decisão.

O assassinato de Ana Paula

Ana Paula Campestrini foi executada, em 22 de junho do ano passado, com 14 tiros dentro de um carro. O atirador em uma moto a abordou quando ela chegava em casa no bairro Santa Cândida, em Curitiba. A vítima tinha três filhos com Oganauskas, de nove, 11 e 17 anos, de quem estava separada há quatro anos.

Segundo o MP-PR, o crime foi cometido por lesbofobia, já que o ex-marido de Ana não aceitava o novo relacionamento mantido pela vítima, com uma mulher.

“No tocante à motivação, há elementos nos autos a sustentar a suposta conduta preconceituosa do acusado Wagner em relação à vítima, eis que diversas testemunhas e informantes reforçaram que o referido acusado tinha o hábito de fazer “piadinhas”1 em razão da orientação sexual, seja da vítima, seja de terceiros, além do modo como reagiu e se comportou em relação à vítima e suas escolhas pessoais, retratado em alguns depoimentos, que também caracterizam indicativos da qualificadora neste ponto”, disse a juíza na sentença.

O que diz a defesa

O advogado Jeferson Leite, que representa Felipe Rodrigues Wada, afirmou que tinha ciência de que o cliente seria inocentado nesta fase processual. Wada, que era técnico de informática no clube onde Oganauskas era presidente, foi acusado de fraudar e apagar mensagens em um aplicativo de mensagens.

“Foi demostrado o que a defesa lutava desde o primeiro momento, desde a primeira entrevista aqui no escritório, onde ele demonstrava sua inocência com relação ao segundo fato dessa denúncia que recai sobre ele, que seria fraude processual. Durante toda a produção de prova, durante essa primeira fase do Tribunal do Júri em que foram ouvidas testemunhas de acusação e defesa e interrogatório dos réus, nós tínhamos plena convicção da absolvição ou impronúncia do Felipe”, disse o advogado.

Já a defesa de Oganauskas afirma que “quanto a superveniência de sentença de pronúncia, declara que se trata de uma fase do processo de Júri e está analisando possibilidade de interpor recurso”, afirmou.

A reportagem procura pela defesa de Ramon.





Fonte: Banda B