Golpistas são presos ao extorquir dinheiro de família que busca notícias sobre cãozinho levado em assalto


Há oito dias que Miguel, de um ano e nove meses, não consegue dormir uma noite tranquila. Durante o dia, o menino chama por Bob, um cãozinho que nasceu da mistura de um Shih Tzu com uma Lhasa Apsa, há cinco anos. No último dia 20, a família do menino foi assaltada na Rodovia Niterói-Manilha, quando se dirigia à Região dos Lagos, e o carro foi levado com Bob dentro. Na angústia de reaver o animal, Luana Muniz, mãe de Miguel, ofereceu uma recompensa para quem desse notícias sobre o cachorro. No entanto, dois estelionatário ligaram para o telefone que divulgou em redes sociais e lhe extorquiram R$ 500 da família. Eles registraram o crime na 19ª DP (Tijuca) e a polícia, na noite de terça-feira, prendeu os bandidos. Mas Bob continua desaparecido.

Segundo a polícia, Breno dos Santos Cositorto ligou para a família e, se passando por traficante, disse que sabia sobre o paradeiro de Bob. O titular da 19ª DP, Gabriel Ferrando, responsável por investigar a extorsão, explicou que Breno, atraído pela oferta de recompensa publicada nas redes sociais pela família, fingiu ter informações sobre o cachorro. Foram feitas duas transferências por PIX para a conta do segundo acusado, Bruno Rodrigues Santana, usando inclusive o CPF dele. Embora os estelionatários tivessem apagado os dados bancários pelo aplicativo WhatsApp, durante a transação, a vítima responsável pelos pagamentos, fez uma foto da tela com as informações. Como eles não mandaram notícias sobre o animal, apenas a foto de um traficante armado, que poderia ter sido tirada de qualquer lugar, os donos do cãozinho desconfiaram. A vítima registrou a extorsão na delegacia da Tijuca. Pela conta do banco foi possível chegar aos suspeitos.

Miguel, de 1 aninho, e Bob: acostumados a dormir juntos
Miguel, de 1 aninho, e Bob: acostumados a dormir juntos Foto: Arquivo pessoal

O delegado Gabriel Ferrando orientou que as pessoas tenham cuidado ao expor dados pessoais nas redes sociais, mesmo que seja para divulgar desaparecimentos de pessoas ou animais, ou mesmo roubos e furtos de veículos. Quando há oferta de recompensas, os golpistas ficam ainda mais atentos, pois se aproveitar da vulnerabilidade das vítimas.

— As pessoas devem postar apenas o básico, guardando detalhes que possam ser úteis depois para confirmar se quem está ligando tem ou não a informação sobre o que está se buscando. Os estelionatários estão aí em busca de oportunidades para aplicar o golpe. A vítima está fragilizada, querendo a todo custo encontrar a pessoa, o animal ou o veículo. Se tiver dúvidas, procure orientações com a polícia — explicou Ferrando.

As investigações sobre o desaparecimento de Bob e o roubo do carro estão com a 73ª DP (Neves), área onde o crime ocorreu. Luana Muniz torce para que a polícia ou alguém ligue dando o paradeiro do animal de estimação:

— A família toda está bem triste, mas meu filho e o meu cunhado, Pedro, de 15 anos, são os que mais me preocupa. O Bob estava no colo do Pedro no momento do assalto. Ele ficou em estado de choque. Tentou até voltar no carro para buscá-lo, com os bandidos dentro. Isso é só para se ter uma ideia da situação que passamos. Perdemos muitas coisas naquele dia, mas só queremos o nosso cãozinho de volta. Miguel ama o Bob. Infelizmente, tem muita gente má que ainda tenta iludir a gente, se aproveitando da situação — comentou Luana.

Qualquer informação sobre Bob, a polícia orienta ligar para os telefones do Disque Denúncia (2253-1177), WhatsApp (98849-6099) ou ainda pelos aplicativos do serviço.



Fonte: Fonte: Jornal Extra