O chefe do tráfico de drogas da favela do Triângulo, em Deodoro, na Zona Oeste do Rio, será indiciado pelo homicídio de Thaysa Campos dos Santos, de 23 anos. A jovem manicure, grávida de 8 meses, estava desaparecida desde o úiltimo dia 3. O corpo de Thaysa foi encontrado às margens da linha do trem, nesta quinta-feira, dia 10, em Deodoro.
Segundo a delegada Elen Souto, titular da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) e responsável pela investigação do caso, não há dúvida da participação do tráfico na morte de Thaysa.
— Nenhuma morte ou crime acontece dentro de uma comunidade sem a anuência do tráfico. Por isso, além do homicídio, o gerente do tráfico daquela comunidade será indicado por homicídio duplamente qualificado e teoria do domínio do fato — destacou Elen, que emocionada completou: — É inaceitável você perder uma filha assim, imagina perder a filha e a neta.
As investigações apontaram que Thaysa foi vítima de uma emboscada na favela.
— A investigação apurou que na quinta-feira, por volta das 22h, ela foi para a Favela do Triângulo pegar uma bolsa de maternidade com uma pessoa que já foi ouvida pela polícia. Ela saiu da casa dessa pessoa à 1h e, por volta das 4h, acessou o Facebook utilizando uma rede wi-fi dentro da favela — afirma Elen.
A delegada diz que a polícia já sabia que Thaysa estava morta desde o dia em que sumiu:
— É um crime cruel porque ela foi morta a poucos dias de ganhar a sua criança. Ela estava feliz porque planejava o enxoval da filha. Causa perplexidade, ela estava na reta final da gravidez. Uma pessoa que mata uma mãe grávida tem a plena ciência de que ela estava matando duas pessoas.
Pai da criança e sua mulher podem estar envolvidos
Há ainda a possibilidade de envolvimento do pai do bebê e da mulher dele. Eles têm parentes na comunidade da Zona Oeste.
— O pai era um homem casado e, de acordo com os parentes, a esposa do pai do bebê disse que essa criança não viria ao mundo. É uma linha muito forte de investigação, mas há outros lados a serem investigados também e que podem estar ligados — disse a delegada.
Moradora de Brasília, a psicopedagoga Jaqueline Tavares Campos, veio ao Rio prestar depoimento à polícia e tentar ajudar de alguma maneira a elucidar o desaparecimento da filha, Thaysa. Foi numa sala da Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA), na tarde desta quinta-feira, no entanto, que ela recebeu dos parentes a notícia que tanto temia: a jovem foi encontrada morta, na estação de trem de Deodoro, na Zona Norte, bairro onde vivia.
A família havia escolhido dar a pior notícia apenas em casa, mas os policiais aconselharam que eles contassem na própria especializada, devido principalmente à presença de repórteres nos corredores. Muito abalada, Jaqueline atendeu os jornalistas, agradeceu o apoio da imprensa e pediu por justiça pela morte da filha.
— É muita dor no meu coração saber que a minha filha não volta mais. Milha filha, infelizmente, foi embora dessa maneira; eu só quero justiça e saber quem matou a milha filha — disse aos prantos, após prestar depoimento.
Fonte: Fonte: Jornal Extra