Filho do bicheiro Rogério de Andrade é preso pela PF e pelo Gaeco em Petrópolis

A Polícia Federal (PF) e o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio de Janeiro (Gaeco/MPRJ) acabam de prender Gustavo de Andrade e Silva, filho do bicheiro Rogério de Andrade, em Araras, localidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio. Ele é acusado de fazer parte da cúpula da organização criminosa liderada pelo pai, chegando a substituí-lo quando Rogério estava foragido. Gustavo estava com prisão preventiva decretada desde maio, junto com outras 28 pessoas. Ao ser preso num condomínio residencial, estava na companhia do pai, que continua livre por decisão tomada pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF).

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A prisão é resultado de trabalho conjunto do Gaeco/MPRJ, responsável pela denúncia contra o grupo, e a PF. Gustavo, de acordo com a denúncia, era tratado por outros integrantes do bando, como “príncipe regente”, “filho”, ou “zero dois”.

Casa onde Gustavo de Andrade e Silva, filho do bicheiro Rogério de Andrade, foi preso pelo Gaeco e pela Polícia Federal
Casa onde Gustavo de Andrade e Silva, filho do bicheiro Rogério de Andrade, foi preso pelo Gaeco e pela Polícia Federal Foto: Reprodução

Outro denunciado na ação é Ronnie Lessa, que também responde pelo assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. As investigações constataram que Rogério e Gustavo montaram um bingo no Quebra-Mar, na Barra da Tijuca, em parceria com Lessa, que é sargento reformado da PM do Rio.

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Essa casa de apostas foi o espaço onde Gustavo planejou e implementou jogos de cartas, segundo um dos episódios citados na investigação do Ministério Público, que aponta que ele também gerenciaria atividades de casas exploradas pelo pai. Segundo o órgão, o herdeiro chegou a ficar à frente do grupo chefiado pelo pai durante um breve período de 2018, quando Rogério foi preso ao ir depor em uma vara federal, em junho daquele ano. Referente a esse período, Gustavo é apontado como o responsável por realizar reuniões para tratar da expansão dos domínios das áreas controladas pelo bicheiro.

Durante a Operação Calígula, deflagrada em maio deste ano, foram denunciadas 29 pessoas pelos crimes de organização criminosa, corrupção ativa, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Os agentes ainda cumpriram 119 mandados de busca e apreensão. Entre os presos na ação estão o delegado Marcos Cipriano de Oliveira Mello e a delegada Adriana Cardoso Belém, que por anos foi titular da 16ª DP (Barra da Tijuca). De acordo com as investigações, Andrade e Lessa abriram casas de apostas e bingos na Zona Oeste do Rio pelo menos desde 2018.

Entrada da casa onde Gustavo de Andrade e Silva, filho do bicheiro Rogério de Andrade, foi preso
Entrada da casa onde Gustavo de Andrade e Silva, filho do bicheiro Rogério de Andrade, foi preso Foto: Reprodução

Gustavo foi encontrado pela Polícia Federal nesta quinta-feira em um condomínio residencial em Petrópolis. Ele estava acompanhado do pai. Rogério teve a seu favor a suspensão do pedido de prisão preventiva, decisão do ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal (STF). Na época em que o mandado foi expedido, a defesa do bicheiro havia informado que ele estava foragido no exterior.

Nome em lista da Interpol

Em 3 de junho, o juízo da 1ª Vara Criminal Especializada da Capital determinou a expedição de um ofício solicitando que a Polícia Federal incluísse o nome de Gustavo na lista de procurados da Interpol difusão vermelha. A medida também pediu que outras 11 pessoas, suspeitas de fazer parte de um grupo responsável por explorar jogos de azar no Rio e em outros estados, também fossem incluídas na mesma listagem.

Rogério Costa de Andrade e Silva, mais conhecido como Rogério de Andrade, é sobrinho do falecido bicheiro Castor de Andrade, e já estava com o nome incluído na mesma lista, desde do dia 28 de abril último. Ele também é suspeito de ser o mandante da morte do bicheiro Fernando Iggnácio. Genro de Castor e inimigo de Rogério, Iggnácio foi morto com tiros de fuzil, no dia 10 de novembro de 2020, no estacionamento de um heliporto, no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio.

Fonte: Fonte: Jornal Extra