Um ex-policial militar morreu neste sábado após ser baleado na Estrada do Gabinal, na Freguesia. Segundo a polícia militar, no local, uma equipe do 18º batalhão encontrou o homem em óbito e uma mulher com ferimento na mão esquerda provocado por disparo de arma de fogo.
O ex-militar foi identificado como Leandro Oliveira Coelho e a segunda vítima seria a esposa do militar. Leandro foi expulso da PM após as investigações da polícia sobre o tráfico na ladeira dos Tabajaras provocadas pelas filmagens feitas por Dona Joana, que, da janela de casa, registrou o tráfico na região. O caso repercutido pelo EXTRA levou a uma investigação que prendeu 34 bandidos, incluindo 9 policiais.
Segundo relatos de redes sociais, Leandro estava no centro da Freguesia com a esposa quando foram abordados por um carro branco que começou a disparar contra o casal. Após os tiros, um homem teria ainda saído de dentro do veículo para atirar mais vezes contra Leandro.
De acordo com a Polícia Militar, a área do crime foi isolada para perícia e a ocorrência foi encaminhada para a Delegacia de Homicídios da Capital. A DHC informou que a perícia já foi feita no local e outras diligências estão em andamento para apurar a motivação e a autoria do crime.
A esposa de Leandro foi socorrida para o Hospital Lourenço Jorge. De acordo com a polícia, em diligência à unidade, verificaram que não tinha condições de prestar declarações no presente momento e somente informou que teria ido realizar uma compra naquela localidade, e que seu marido era nutricionista, assim como ela. Ambos teriam um consultório em Jacarepaguá. A vítima disse que não sabe relatar sobre o ocorrido, pois teria sido muito rápido, e que prestará esclarecimentos assim que receber alta.
Entenda o caso de Dona Joana da Paz, a “Dona Vitória”
A coragem e a indignação de Joana Zeferino da Paz levou a idosa a denunciar o tráfico de drogas na Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, usando apenas uma câmera de filmar. Aos 97 anos, Joana morreu nesta quarta-feira após ficar internada após dez dias internada, vítima de um acidente vascular cerebral. Nos últimos 17 anos ela esteve no anonimato e ficou conhecida internacionalmente como “Dona Vitória”.
O juiz Flávio Itabaiana destaca que a importância de Joana para desmantelar uma quadrilha, que envolvia policiais militares. Ele se recorda do caso de Dona Vitória como o mais importante de sua vida pela maneira que se iniciou e velocidade de resposta da Justiça, ressaltando que nunca teve contato com a idosa, que já estava no programa de proteção às testemunhas.
O magistrado lembra que a partir da apresentação das imagens foram autorizadas interceptações telefônicas que mostraram policiais militares participando do esquema criminoso. Os grampos também revelaram que, de dentro da cadeia, o antigo chefe do tráfico do Tabajaras Ronaldo Pinto Lima e Silva, o “R9”, continuava comandando o grupo criminoso por telefone.
— Ela fez justiça. Se não fosse a Dona Vitória não teríamos tido o sucesso que tivemos. Foi feito um trabalho grande e ela foi fundamental. E não apenas pelas imagens, mas do que se desencadeou. A partir das gravações, nove policiais foram pegos nas interceptações. Seria ótimo que outras pessoas tivessem esse tipo de comportamento, mas sabemos muito bem dos riscos que correm se forem descobertos. Foram 26 réus condenados em cinco meses, incluindo nove policiais militares — destaca Itabaiana.
Fonte: Fonte: Jornal Extra