Escultor de areia em Copacabana é indiciado por homofobia contra casal de influenciadores digitais


O delegado Felipe Santoro, titular da 13ª DP (Ipanema) indiciou um homem que trabalha como auxiliar de escultor de areia na Avenida Atlântica, em Copacabana, na Zona Sul do Rio, pelo crime de injúria qualificada em razão da orientação sexual contra um casal de influenciadores digitais. De acordo com as investigações, Juliano Gomes Soares gritou frases com cunho homofóbico contra o DJ Felipe Ferreira, de 30 anos, e o apresentador Rafael Vieira, de 31, que andavam de mãos dadas na orla do bairro, na noite de 23 de maio.

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O inquérito mostra que Felipe e Rafael passavam por um quiosque quando ouviram comentários ofensivos, por volta de 20h. Os xingamentos foram gravados pelo celular dos rapazes e as imagens foram apresentadas na delegacia e divulgadas nas redes sociais. O casal afirma que chegou a pensar a revidar as agressões verbais, mas decidiu “focar toda a indignação na busca pela justiça”.

– Decidimos registrar o caso e dar prosseguimento nisso não por nossa causa, mas por todos que passam por situações desse tipo. Todos os gays e lésbicas já sofreram humilhações e constrangimentos assim, mas muitos não denunciam por medo ou por acreditar que não vai dar em nada. Sabemos que as leis têm um papel não só punitivo, como educativo. Então esperamos que as pessoas realmente entendam que não podem agir com os outros dessa forma.

Os xingamentos foram gravados pelo celular dos rapazes e as imagens foram apresentadas na delegacia e divulgadas nas redes sociais
Os xingamentos foram gravados pelo celular dos rapazes e as imagens foram apresentadas na delegacia e divulgadas nas redes sociais Foto: Reprodução

Em depoimento, Juliano contou estar com dois amigos quando o casal passou por ele e admitiu ter gritado as frases – mas apenas “brincando” e não “querendo ofender” o casal. Ele disse trabalhar no local há 30 anos. Ele tem 17 anotações, por crimes como injúria, lesão corporal, ameaça e furto, e já foi preso seis vezes. Procurado por O GLOBO, o auxiliar de escultor não foi localizado.

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Para o delegado Felipe Santoro, Juliano submeteu às vítimas a uma situação humilhante. “Não podemos tolerar atitudes homofóbicas, que atinjam diretamente a honra e a dignidade das pessoas. É importante alertar a sociedade para a importância de comparecer às delegacias para registrar esses crimes graves que atingem diretamente a comunidade LGBT para que a Polícia Civil possa combater esse tipo de discriminação”.



Fonte: Fonte: Jornal Extra