Mensagem de áudio enviada pelo agente penitenciário Lourival de Souza, que foi assassinado em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, mostram que ele estava jurado de morte. A Banda B obteve acesso, nesta quinta-feira (13), a um dos áudios enviados por ele a um amigo. Nela, Lourival conta da ameaça.
“Um colega meu tem contatos com o pessoal do 13° [Batalhão da Polícia Militar] e perguntaram: você conhece um tal de seu Lourival? Ele disse que trabalha comigo, inspetor da PEP I. Nisso ficou sabendo que pegaram um celular com uma senhora e nele tinha os dados do seu Lourival, com foto dele, dizendo que era para executar”, diz trecho do áudio.
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Lourival diz ainda que, nos levantamentos preliminares, um foragido do sistema prisional seria o responsável pela ameaça. “Os caras me chamaram e falaram tá assim assim, fica esperto cara, porque disse que você foi para o SOE [Seção de Operações Especiais], andou proibindo os caras e estão na tua cata. E esses tempos foi visto um carro perto da minha casa com essas características. Daí me ligaram e quando pedi para um amigo da polícia passar aqui, já tinham se evadido”, comenta.
Segundo as investigações, quatro homens armados teriam participado do crime enquanto Lourival tomava banho.
O presidente do Sindicato dos Policiais Penais do Paraná (Sindarspen), Ricardo Miranda, voltou a criticar o Governo do Estado pela morte. “Esse áudio causa uma perplexidade enorme na gente, porque o Governo do Estado tinha plena consciência do que iria ocorre, sabia que o Lourival estava para ser executado, e não tomou nenhuma medida para evitar”, afirmou.
Despedida
Nesta quinta-feira (13), aconteceu o velório de Lourival, no Jardim Esmeralda, também em Piraquara.
Juarez de Souza, irmão da vítima, lamentou o assassinato. “A gente esteve junto na noite anterior, ele estava feliz. Tinha indícios, conversas, mas ele era muito profissional e guardou essas coisas [ameaças] sozinho”, lamentou.
Ele descreveu que havia se inscrito para o concurso do Departamento Penitenciário (Depen), mas desistiu após o crime, principalmente por causa da mãe.
Depen
Em nota, o Departamento Penitenciário afirmou que todos os registros de ameaças a servidores públicos são devidamente apurados pelo setor de inteligência do Depen. “Sobre esse caso, todas as medidas cabíveis foram adotadas pela penitenciária em que o policial penal estava lotado. Inclusive, por precaução, o servidor foi afastado da carceragem para que não tivesse contato com presos e, ainda, estava em processo de transferência para atuar em outra unidade penal. O Depen acompanha de perto as investigações e irá auxiliar no que for possível para esclarecer a morte do agente público”.
Após o velório, agentes penitenciários seguiram para o Palácio Iguaçu para um protesto contra o Governo do Estado.
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Fonte: Banda B