Dr. Jairinho e mãe do menino vão participar de reprodução simulada; boneco representará a criança


A professora Monique Medeiros da Costa e Silva e o médico e vereador Jairo Souza Santos Júnior, o Dr. Jairinho (Solidariedade), irão participar, às 14h desta quinta-feira, dia 1º de abril, de uma reprodução simulada no apartamento onde moravam com Henry Borel Medeiros, de 4 anos. A mãe e o padrasto do menino irão apresentar aos peritos do Instituto Médico Legal (IML) e do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) e aos policiais da 16ª DP (Barra da Tijuca) a versão deles sobre o que aconteceu no último dia 8 de março, quando, às 3h30, a criança deu entrada morta no Hospital Barra D’Or.

A reprodução simulada, também chamada de reconstituição, irá consistir na encenação da narrativa que os dois apresentaram na distrital. A ideia é simular as circunstâncias e o ambiente do apartamento 201 do bloco I do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, naquela madrugada. Além de Monique e Jairinho, um boneco usado em treinamentos do Corpo de Bombeiros com características semelhantes as de Henry irá ajudar os investigadores. O menino media 1,15m e pesava 20 quilos.

Comportamento suspeito: ex-namorada de Jairinho contou que se sentiu ameaçada com ligação do vereador após oito anos

Boneco representando Henry que será usado na reprodução simulada do caso envolvendo a mãe e o padrasto
Boneco representando Henry que será usado na reprodução simulada do caso envolvendo a mãe e o padrasto Foto: Reprodução

Até o momento, o delegado Henrique Damasceno, titular da 16ª DP, já ouviu 17 testemunhas no inquérito que apura o caso. Além do casal, já prestaram depoimento o pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida, e a avó de Henry, a professora Rosângela Medeiros da Costa e Silva. Compareceram à delegacia também três médicas do Barra D’Or, três vizinhos, a babá, a empregada doméstica, a professora, a psicóloga, além da secretária do Jairinho e de duas ex-namoradas do parlamentar.

Foto: Henry sorri pra foto enquanto brinca em um parque / Reprodução

O último depoimento colhido foi da psicóloga que realizava o acompanhamento terapêutico de Henry desde o início de fevereiro. Ela disse ter sido procurada por Monique, que relatava que ele “não queria ficar” na sua casa. A profissional contou ter realizado cinco consultas com a criança, que demonstrava afeto pelos avós maternos e que pronunciou o nome de Jairinho somente no último encontro.

De acordo com a psicóloga, Monique reclamava que Henry não queria ir ao Colégio Marista São José, onde fazia a pré-escola. Ele havia participado de 20 dias de aula. O colégio fica a quatro minutos do condomínio Majestic, no Cidade Jardim, Barra da Tijuca, onde, desde novembro, moravam o menino, a sua mãe e Jairinho. Em depoimento, a professora do menino disse não ter notado nenhuma anormalidade no comportamento do aluno.

A psicóloga relatou ainda que, a partir da segunda sessão, passou a explorar o “espaço lúdico da criança”, brincando, desenhando e fazendo trabalho com massinhas. A profissional disse ter identificado que o espaço da casa dos avós maternos, em Bangu, onde Henry já morou e frequentava, era agradável, sobretudo pela presença do avô.

Ela contou que Henry contou morar com “um tio” na sua casa. Perguntado quem era, o menino respondeu “Tio Jairinho”, sem demonstrar medo do padrasto. Logo em seguida, ele disse estar com saudades do pai, o engenheiro Leniel Borel de Almeida.

Em seu depoimento também na 16ª DP, Monique disse ter escolhido a psicóloga para que ela orientasse a família nessa nova etapa de vida — em quatro meses, a professora havia se separado de Leniel e ido morar com Jairinho. O engenheiro afirmou na delegacia que, após o pedido de divórcio, o casal chegou a conversar sobre a necessidade das consultas. Ele sugeriu uma profissional que atendia pelo plano de saúde, em Madureira, na Zona Norte, mas a mãe de Henry optou por essa, pela proximidade do seu consultório.

Na semana passada, 11 celulares e laptops de Monique, Jairinho e Leniel foram apreendidos. De acordo com o RJ TV, da TV Globo, um dos aparelhos do casal teve as mensagens de um aplicativo de conversa apagadas e seu conteúdo deverá ser recuperado por um sistema de informática. O advogado André França Barreto, que os defende, disse que só irá comentar o assunto depois da conclusão da perícia técnica no telefone.



Fonte: Fonte: Jornal Extra