Decretada prisão de suspeito de matar médico e estudante de medicina que queriam deixar pirâmide financeira

O juízo da 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu decretou, nesta terça-feira, a prisão temporária do ex-cabo da Marinha Alan Amorim de Oliveira. Ele é suspeito de ter assassinado a tiros o médico Jaeder Oliveira do Reis, de 36 anos, e o amigo deste último, o estudante de medicina Carlos Henrique Martins Cipriano, de 28. Alan já é considerado foragido. As duas vitimas desapareceram no último dia 9 e seus corpos foram encontrados, no dia 10, no Bairro de Tinguá, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. A principal linha seguida pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) é a de que o crime tenha sido motivado pelo fato das vítimas pretenderem desistir de um investimento em uma pirâmide financeira que seria chefiada pelo ex-militar.

O médico Jaeder Oliveira à direita
O médico Jaeder Oliveira à direita Foto: Reprodução

De acordo com o despacho que justificou a decretação da prisão temporária, as investigações indicam que Alan liderava um esquema de pirâmide financeira com investimentos em criptomoedas. As duas vítimas, além de investidores, também seriam captadores de novos interessados em ingressar no investimento. O médico e o estudante teriam ficado desconfiados do negócio, que prometia lucro mensal de 10% a 20% do capital aplicado, depois de atrasos nos pagamentos referentes ao mês de abril.

O estudante de medicina Carlos Henrique Cipriano
O estudante de medicina Carlos Henrique Cipriano Foto: Reprodução

Segundo a polícia, a dupla pretendia deixar o esquema e devolver o dinheiro de quem investiu em moedas virtuais. No último dia 9, o médico e o estudante de medicina saíram para um almoço, onde supostamente encontrariam o ex-cabo da Marinha e desapareceram. Os corpos foram encontrados, em Tinguá, no da seguinte. Laudo cadavérico revelou que cada uma das duas vítimas foi executada com três tiros no rosto. Segundo as advogadas Sheila Carvalho e Ives Andrade, que defendem os interesses das famílias do médico e do estudante, as vítimas e o suspeito se conheceram em agosto do ano passado. Na ocasião, Alan era responsável por ministrar para duas vítimas um curso sobre o mercado financeiro.
— A motivação a princípio tem relação com a questão dos investimentos financeiros, mas estas circunstâncias ainda são objetos de investigação — disse a delegada Ana Carolina Medeiros Caldas, da DHBF.
Alan Amorim de Oliveira chegou a prestar depoimento na DHBF, dias após os corpos das vítimas serem encontrados. Na ocasião, ele confessou o crime e alegou que estava sendo ameaçado pelo médico e pelo estudante.

As advogadas que defendem os interesses das famílias das vítimas disseram que a prisão do suspeito será importante para dar tranquilidade a instrução criminal e a oito testemunhas que já prestaram depoimento sobre o duplo assassinato.
— Não sabemos a dimensão desse esquema de pirâmide, e se havia ou não, a participação de outras pessoas. A decretação da prisão vai ajudar a trazer tranquilidade para as testemunhas. Além disso, as famílias das duas vítimas estão com medo do que ainda pode acontecer — disse a advogada Sheila Carvalho, horas ates da prisão de Alan ter sido decretada pela 4ª Vara Criminal de Nova Iguaçu.

Fonte: Fonte: Jornal Extra