O consultório onde a nutricionista Patrícia Rodrigues dos Santos, de 34 anos, fez procedimento estético era na verdade uma sala que funcionava dentro de um salão de manicure, em Alcântara, São Gonçalo. O espaço, que não tinha alvará ou qualquer tipo de autorização para funcionar como estabelecimento comercial foi interditado pela polícia, conforme informou o delegado Allan Duarte, da 72ª DP (São Gonçalo), que está investigando a morte da mulher. Patrícia fez o procedimento na terça-feira, quando teve silicone industrial aplicado nos glúteos e faleceu no dia seguinte. Seu corpo foi sepultado na quinta-feira, no Cemitério do Maruí, em Niterói.
Duarte disse que já ouviu Leandro Lima de Souza, de 39 anos, que fez o procedimento, e que o rapaz teria confirmado que usou silicone industrial nos glúteos de Patrícia, mas ressaltou que o produto teria sido levado pela paciente. O delegado informou ainda que Leandro, apesar de se apresentar como esteticista e massoterapeuta, não tinha habilitação para realizar esse tipo procedimento, que só pode ser feito por médicos autorizados.
Leandro não foi preso, mas vai responder por exercício ilegal da Medicina. O delegado disse ainda que solicitou um laudo complementar de necrópsia ao Instituto Médico Legal (IML), que tem prazo de 30 dias para ficar pronto. Ele pretende confirmar a suspeita de que a morte da paciente foi causada pelo uso do silicone industrial. Nesse caso, Leandro poderá ser indiciado também por homicídio doloso eventual (quando a pessoa assume o risco de matar, embora não seja essa sua intenção).
— Agora a gente espera esse laudo, para poder avaliar se foi realmente por conta desse procedimento ou não (que a vítima faleceu). Ele não foi preso em flagrante, porque já havia passado quase um dia da realização do procedimento quando foi ouvido e porque a gente necessita realmente desse laudo para fazer o confronto com as outras informações — explicou o delegado, que disse ter pedido urgência na liberação do resultado.
Além de Leandro, Duarte disse que já ouviu também integrantes da equipe médica que prestou atendimento à nutricionista no Pronto-Socorro de São Gonçalo, para onde ela foi levada ao se sentir mal. O delegado também já colheu os depoimentos do namorado da vítima e de uma prima que teria emprestado o cartão de crédito virtual, com o qual ela pagou o procedimento estética parceladamente.
O procedimento foi realizado no fim da tarde de terça-feira, e a mulher já teria deixado a clínica reclamando de enjoo. Horas depois, ela voi levada para o Pronto-Socorro, onde morreu na manhã de quarta-feira. Segundo a Polícia Civil havia informado na ocasião, Patrícia levou o material do preenchimento até a clínica. Ela teria pago R$ 2.151,80 pela intervenção.
Fonte: Fonte: Jornal Extra