O professor Diogo Viola de Nadai, preso nesta terça-feira suspeito de envolvimento na morte da engenheira Letycia Peixoto Fonseca — grávida de oito meses alvo de tiros em Campos dos Goytacazes — se manteve em silêncio ao ser encaminhado à 134ª DP (Campos) na última noite. Sua prisão temporária foi solicitada pela delegada titular da unidade, Natália Patrão, que também aguarda dados de operadoras de telefone e de aplicativos para continuar as investigações.
Diogo, que era companheiro da vítima e apontado pela família de Letycia como pai do filho esperado por ela, é investigado como suspeito de ser o mandante do crime. Ele chegou a prestar depoimento após o crime, mas, nesta terça-feira, manteve-se em silêncio na delegacia.
A informação foi confirmada pelo seu advogado, Reynaldo Peixoto, que irá se pronunciar à imprensa após reunião com a família do suspeito. A audiência de custódia do suspeito deve acontecer nesta quarta-feira
Ao todo, cinco suspeitos estão presos pela “participação no covarde crime que executou uma mulher grávida de 8 meses”, conforme publicação da 134ª DP (Campos) pelas redes sociais na última noite. Os cinco seriam: mandante, interlocutor, proprietário da moto, condutor e atirador.
A delegada Natália Patrão informou, nesta manhã, que aguarda novos elementos na investigação.
— Deve estar chegando a resposta já solicitada de todas as operadoras e aplicativos que tiveram interlocutores no fato — afirmou a titular da 134ª DP (Campos), em discurso na porta da delegacia, durante evento do Dia Internacional da mulher.
Natália acrescentou que manterá uma equipe dedicada a uma “análise concreta e mais célere possível” do caso.
Cintia Pessanha Fonseca, mãe da vítima e testemunha do crime, esteve presente no evento nesta manhã. Ao EXTRA, disse que só se manifestará sobre Diogo após a conclusão do crime, por parte da Polícia Civil:
— Eu não tenho nenhum sentimento a expressar sobre a prisão do Diogo, só terei quando a sentença dele sair. Acho que minha filha não acreditaria ao vê-lo preso. De onde ela está, a dor maior dela não deve ser a morte, mas ver através de que (modo) e de quem.
A mãe de Letycia é testemunha do caso e presenciou, da calçada, o momento em que a filha foi alvejada. Cintia reagiu e, ao tentar correr atrás do atirador, levou um tiro na coxa esquerda, mas passa bem.
Relembre o caso
Grávida de oito meses, Letycia Peixoto Fonseca foi morta com cinco tiros, na Rua Simeão Schremeth, no bairro Parque Aurora, em Campos dos Goytacazes. A vítima foi socorrida pela família, mas morreu na chegada ao hospital. Já o bebê que esperava, Hugo, nasceu com vida, mas morreu na manhã seguinte.
Os dois foram sepultados na noite da última sexta-feira.
Também ocupante do veículo, a tia de Letycia, Simone Peixoto, de 50 anos, viajava no banco do carona. Mesmo sem ser atingida, ficou coberta pelo sangue da sobrinha e agora convive com o trauma. Segundo Célio Peixoto, irmão de Simone, ela tem síndrome de Down e, se antes falava pouco, agora se mantém calada e chora com frequência, lembrando do crime.
Companheiro de Letycia, o professor e empresário Diogo Viola de Nadai é considerado por pessoas próximas à vítima como alguém de poucas palavras e que não gosta de aparecer em fotos. Considerado suspeito pela Polícia Civil, dormiu na casa da mãe de Letycia no dia do crime e carregou o caixão do bebê durante o sepultamento.
Gerente de uma distribuidora de Campos, Letycia era formada em Engenharia de Produção. As instituições em que ela estudou emitiram notas de pesar. A Universidade Candido Mendes, onde fez a graduação, definiu Letycia como uma “excelente aluna”. Já a direção-geral do campus Guarus (Campos dos Goytacazes) do Instituto Federal Fluminense, local em que fez curso técnico em Eletrônica, manifestou sua solidariedade aos familiares e amigos da ex-aluna.
Fonte: Fonte: Jornal Extra