Com indefinição de data do júri, Justiça decreta prisão domiciliar de acusado pela morte de youtuber


A Justiça de Pontal do Paraná decidiu que não vai marcar a data do julgamento de Everton Vargas, acusado pela morte da youtuber Isabelly Cristine Domingos dos Santos, de 14 anos. O réu teve ainda a prisão preventiva convertida em prisão domiciliar.

Na decisão, o juiz explica que a sala do Fórum de Pontal do Paraná, onde acontecem os julgamentos do Tribunal do Júri, não está preparada de acordo com os protocolos sanitários definidos pelo Tribunal de Justiça para este período de pandemia. Portanto, podendo colocar em risco de contágio pelo coronavírus os envolvidos no julgamento.

Foto: Reprodução

Com a indefinição da data do júri popular e o acusado se tratando de réu primário, o juiz decretou a prisão domiciliar de Eventon com uso de tornozeleira eletrônica.

A reportagem da Banda B entrou em contato com a assistente de acusação no caso, a advogada Thaise Mattar Assad, que se manifestou sobre a decisão da Justiça por meio de nota. Leia na íntegra:

“Com relação a decisão judicial que determinou a prisão domiciliar do acusado Everton Vargas com base na suposta impossibilidade de realização do julgamento pelo Tribunal do Júri da Comarca de Pontal do Paraná em virtude do cenário pandêmico, a Assistência de Acusação esclarece que:

1. Não foi concedida liberdade ao acusado Everton, apenas foi alterada sua modalidade de prisão para domiciliar com tornozeleira eletrônica, em virtude da pandemia causada pelo coronavírus. O acusado permanece preso, desde o cometimento do crime, aguardando seu julgamento pelo júri popular;
2. A falta de estrutura da comarca de Pontal do Paraná para se realizar o júri em local seguro, não pode ser suportada pelos cidadãos, muito menos pelos familiares das vítimas que aguardam ansiosamente pela efetivação da justiça;
3. A todas as partes envolvidas interessa um processo penal efetivo e que respeite garantias fundamentais;
4. Acreditamos que existe forma segura de se realizar o julgamento e de se referendar a celeridade e qualidade da prestação jurisdicional.”

A Banda B tenta contato com a defesa do acusado.

O caso

Conhecida no Litoral por seu canal no Youtube “Isa Top Show”, Isabelly teve morte cerebral confirmada após ser atingida na cabeça por um disparo de arma de fogo durante uma suposta briga de trânsito, na madrugada de 14 de fevereiro de 2018, na PR-412, próximo ao Balneário Shangrilá, em Pontal do Paraná. A defesa do suspeito afirma que o disparo foi dado após uma ameaça do motorista do carro em que a Youtuber se encontrava.

Cleverson Vargas, irmão do acusado, era o motorista do automóvel de onde teria partido o tiro. Ele permaneceu preso por dez meses por também ter sido acusado pela morte da jovem. Ele foi solto em dezembro de 2018, por decisão da juíza Carolina Valiati da Rosa, que sugeriu que Cleverson não seja julgado pelo Júri Popular, mas sim pelo crime de embriaguez ao volante.

O juiz Ricardo Piovesan confirmou o desmembramento dos casos e Cleverson vai responder por crime previsto no código de trânsito.

Everton, que teria realizado seis disparos contra o carro em que estava a vítima, é acusado por homicídio qualificado e porte ilegal de arma de fogo. Ele deve ser levado a julgamento popular.



Fonte: Banda B