Cadela é ameaçada de morte em SP por latir. Dono relata caso na web e agradece apoio

Cadela Sol foi ameaçada de morte em São Paulo por latirO professor Vitor Assano usou seu perfil no Instagram para pedir ajuda com relação a uma ameaça em forma de carta que chegou até sua casa, afirmando que sua cadela será morta a partir do próximo dia 31, se ela ainda estiver naquela vizinhança no bairro Planalto Paulista, em São Paulo, por latir “fora da normalidade”.

O relato que Vitor postou nesta quinta-feira (21/01), viralizou nas redes sociais e, algumas horas depois, ele fez uma nova postagem em agradecimento pelo apoio não só de internautas, como também de defensores dos animais, como o deputado estadual Delegado Bruno Lima, cuja equipe foi ao local e acionou a polícia.

“Minha cachorra está jurada de morte”, diz Vitor no começo de sua postagem, que recebeu mais de 40 mil curtidas até o momento. O dono da cadela divulgou uma foto da carta ameaçadora, em que a morte da cachorra é justificada como necessária por ela latir “fora da normalidade”. O caso é investigado pelo 16º DP. Após a história tomar as redes sociais, Vitor publicou uma foto da cadela, chamada Sol, “descansando”, e “tomou um minuto” para agradecer “tantas manifestações de carinho e apoio”.

Carta com ameaças enviada a dono de cadela em São Paulo“A comunidade digital de Dog Lovers fez chegar a autoridades e mídia”, escreveu. “Tanta proteção por causa da solidariedade e carinho de tantos que nem conhecemos. Somos uma comunidade. Graças a vocês, não me sinto sozinho mais. Muito obrigado! Não tenho palavras para agradecer. Vou mantendo vocês atualizados! #SalvemASol”.

A carta enviada a Vitor afirma que o animal “será morto, silenciosamente” caso seu dono “não siga rigorosamente a instrução” de levá-lo para longe da vizinhança e alerta que aquele seria o único aviso.

“Seu cachorro late, há muito tempo descontrolada e diuturnamente fora da normalidade de um convívio social, perturbando portanto em demasia, contundente, de forma anormal e recorrentemente uma vizinhança inteira de um bairro estritamente residencial. Onde moram pessoas e famílias com bebês, crianças, idosos, enfermos e trabalhadores que merecem e tem direitos ao descanso e ao silêncio”, acrescenta o autor da carta.

No entanto, Vitor defendeu que sua cadela é uma “cachorra comum”. “Late, porque é cachorra. Se fosse gente, podia falar besteira, fazer alguém rir, ou reclamar da política no Brasil. Mas não consegue”, completou. “Late quando passa um cachorro na rua. Late quando chega carteiro. Quando recebi a ameaça, me senti culpado, achando que era minha responsabilidade fazê-la parar de latir”.

Vitor então contou que recebeu em casa um adestrador de animais que lhe explicou que “é simples assim: a Sol late, porque é cachorra”. “Agora o ser que decide escrever uma carta como essa, nem de ‘gente’ merece o título, quanto menos de ‘cachorro'”, frisou, acrescentando que já soube de “outros vizinhos ameaçados da mesma forma”.

Conforme consta na declaração, foi jogada tinta branca no carro de Vitor como “prova” do “profissionalismo” de quem enviou a ameaça. “Somos profissionais e muito bem pagos pelo nosso trabalho”, diz o texto. “Tenha certeza que já realizamos trabalhos piores e nunca falhamos. Seu prazo e nosso trabalho são inegociáveis e irreversíveis”.

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