Bombeiros encerram temporariamente buscas por empresário sumido em Angra


Após 18 dias sem notícias, o Corpo de Bombeiros encerrou temporariamente as buscas pelo empresário Leonardo de Andrade, de 50 anos, que desapareceu no mar de Angra dos Reis, Costa Verde fluminense, no último dia 22 de agosto. De acordo com o delegado Vilson de Almeida Silva, da 166ª DP (Angra dos Reis), responsável pelo caso, o comandante do quartel de Angra recebeu a orientação de encerrar as buscas até que alguma nova informação surja.

Com isso, segundo a corporação, o último dia de procura no mar pelos militares foi nesta quarta-feira, dia 8.

— Não temos novidade. As buscas estão encerradas ate que haja alguma informação sobre o paradeiro da embarcação ou do Leonardo para poderem retomá-las. A investigação continua até se esclarecer o que aconteceu com o casal e a embarcação — explica Silva.

Apesar da paralisação, a família do empresário ainda tem esperanças de encontrá-lo vivo. Filha de Leonardo, a estudante Maria Alice Morett, de 18 anos, diz que foi pega de surpresa, mas que confia na decisão.

— Já se passaram 18 dias e não encontraram nada. Confio na decisão e nas investigações. Fomos pegos de surpresa com a notícia.

Ela acompanhava as buscas e lembra que o pai conhece muito sobre navegação e que os dois sempre assistiram a filmes sobre naufrágios. Segundo ela, Leonardo explicava o que fazer em situações semelhantes. A jovem lamenta o pedido de socorro com sinalizadores não atendido. A Polícia Civil já revelou que ele ocorreu na área de Marambaia, Zona Oeste do Rio, cerca de 24 horas depois do casal ser visto pela última vez.

Maria Alice, filha mais velha de Leonardo, acredita que pai está vivo
Maria Alice, filha mais velha de Leonardo, acredita que pai está vivo Foto: Arquivo Pessoal

Leonardo passava um fim de semana em Ilha Grande, destino turístico de Angra dos Reis, com a ex-mulher. Uma semana depois, o corpo de Cristiane Nogueira, de 48 anos, foi encontrado na Restinga do Marambaia, com indícios de afogamento e sem sinais de violência. O casal viveu junto por dois anos e ensaiava uma reconciliação.

A polícia obteve imagens de câmeras de segurança da área externa da casa onde eles estavam pouco antes de saírem para um passeio no mar. As gravações mostram o momento em que o casal deixa o imóvel, pouco depois das 17h de 22 de agosto. A filmagem mostra Leonardo saindo da casa primeiro. Cristiane vem em seguida e deixa o local após trancar uma porta. Os dois caminham em direção ao mar.

Segundo os depoimentos colhidos pela polícia, o casal usou um barco emprestado, que já havia pertencido a Leonardo. Ele tinha conhecimento de navegação e pilotava a traineira desaparecida.

Na última quinta-feira, dia 2, uma boia foi encontrada pela Capitania do Portos, também na Restinga de Marambaia. A confirmação de que o objeto resgatado pertence à traineira onde estava o casal foi feita pelo delegado Vilson de Almeida Silva, da 166ª DP (Angra dos Reis).

— A Capitania dos Portos nos informou que a inscrição que está na boia era o antigo nome da embarcação desaparecida e que foi usada pelo casal. Isso aumenta os indícios de um naufrágio. Vamos continuar investigando para saber o que aconteceu — disse o delegado.

Barco em que o casal saiu para passeio em Angra e desapareceu
Barco em que o casal saiu para passeio em Angra e desapareceu Foto: Reprodução

Uma janela compatível com a da embarcação desaparecida também foi localizada. Ela estava boiando e foi encontrada por um pescador. Como a perícia não encontrou sinais de violência no corpo de Cristiane, a Polícia Civil suspeita que o barco onde estava o casal tenha afundado. Segundo o delegado, a localização da embarcação será fundamental para o caso:

— Enquanto não encontrarmos o barco, não descartamos nada. Mas há indícios de naufrágio — diz o delegado titular da 166ª DP.

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Fonte: Fonte: Jornal Extra