Os responsáveis por um ataque a tiros que matou um policial militar em 30 de junho, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, monitoraram o local dois dias antes do crime. Imagens de câmeras de segurança próximas ao box de crossfit onde o cabo Evaldo Souza Torres foi baleado mostram o mesmo carro usado na ofensiva estacionado diante da academia na manhã do dia 28 de junho. Publicado primeiro pelo jornal “O Dia”, o vídeo também foi obtido pelo EXTRA. A principal linha de investigação da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), responsável pelo caso, é a de que o episódio tem relação com disputas de território entre milicianos.
A nova filmagem em posse da DHBF indica que o Gol cinza utilizado pelos executores permaneceu parado em frente ao box de crossfit no dia 28 por cerca de uma hora e quarenta minutos, entre 6h05 e 7h46. Como Evaldo e o cabo Gilson de Oliveira Firmino, também ferido no ataque, não aparecem, o veículo acaba deixando o local.
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Dois dias depois, também no início da manhã, o mesmo carro retorna às proximidades da academia e estaciona, aparentemente à espera dos dois policiais militares. Os cabos chegam às 6h59 e param a moto exatamente atrás do veículo de onde, 15 segundos mais tarde, os assassinos saltam e dão início ao ataque.
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Dois homens armados, vestidos de preto e trajando capuz e luvas, correm para dentro do estabelecimento e abrem fogo. Um terceiro suspeito, portando um fuzil, fica do lado de fora dando cobertura aos comparsas. Um vídeo gravado no interior do box de crossfit, também anexado ao inquérito pelos agentes da DHBF, traz o momento em que, baleados, os dois PMs reagem à ofensiva.
Após uma briga, um dos cabos consegue tomar a arma de um dos atiradores e dispara contra ele, que acabou morrendo poucos metros à frente, enquanto o grupo fugia. A DHBF identificou o suspeito morto como Leandro Lopes da Cunha. Ele chegou a ficar preso entre 2014 e 2019 e já respondeu criminalmente por roubo majorado, porte ilegal de arma de fogo e receptação.
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Evaldo Souza Torres levou dois tiros. Ele foi socorrido, mas morreu quatro dias depois no Hospital Geral da Posse, também em Nova Iguaçu. Uma policial civil que também estava no estabelecimento no momento do tiroteio ficou ferida.
Fonte: Fonte: Jornal Extra