Assassinato de congolês em quiosque na Barra causa indignação e pedidos por justiça


A morte do congolês Moïse Mugenyi Kabagambe, de 24 anos, após ser agredido por homens no quiosque Tropicália, onde trabalhava, causou revolta. Nas redes sociais é clara a indignação das pessoas e os pedidos por justiça e por investigação em busca de identificar e de punir os culpados. “Brutalidade” foi uma das palavras mais usadas para definir o caso que culminou na morte de Moïse no quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, no último dia 24, após ser amarrado e receber golpes com um porrete. O rapaz implorou para não ser morto, mas foi espancado por 15 minutos até não resistir.

Nas redes sociais, famosos e anônimos pedem por justiça e compartilham as palavras de dor da família de Moïse sobre o assassinato.

O cantor Chico César compartilhou dois vídeos sobre o caso em seu perfil no Instagram. No primeiro deles, a legenda traz a história de Moïse e um resumo sobre o caso, das agressões que culminaram na morte do rapaz. Já o segundo é um trecho de um desabafo de um dos parentes da vítima em reportagem do canal SBT. Na legenda deste post, Chico César escreveu “ai, Brasil, mostra tua cara. está na hora de mostrar a cara dos matadores”.

Desenho feito pelo artista Dinelli ilustra publicações pedindo por justiça pela morte de Moïse Mugenyi Kabagambe
Desenho feito pelo artista Dinelli ilustra publicações pedindo por justiça pela morte de Moïse Mugenyi Kabagambe Foto: Reprodução

Este segundo vídeo também foi publicado pela atriz Juliana Alves, com um texto em que pede por justiça e questiona sobre a falta de impunidade ao passo em que quem mais precisa não é acolhido.

“Que país é esse que deixa impune tantos bandidos em situação de poder, que oprimem e violentam a população pra que ela não tenha direitos básicos?

E nem no momento da morte a dignidade de um corpo negro é respeitada?

Vamos cobrar justiça!!!”, diz trecho da publicação da atriz.

A atriz Claudia Abreu publicou uma imagem com parte do depoimento da mãe de Moïse, Ivana Lay, em depoimento ao jornal O GLOBO, com a foto em que aparece chorando ao lado de uma foto do filho. Na legenda, a atriz escreveu “BÁRBARIE!”. A palavra foi repetida no comentário da jornalista e apresentadora Astrid Fontenelle, que completou: “Que país é esse q nos tornamos??”

Outros famosos também usaram as redes para falar sobre a morte do rapaz e pedir por justiça e seriedade na investigação do caso, como a cantora Mariana Aydar e os atores Leona Cavalli, Emiliano d’Avila e Alexia Dechamps

“Devastada com a morte covarde por bandidos selvagens !! Desculpa, mas dá vontade de fazer o mesmo com eles que mataram Moise. O congolês apanhou ate morrer,até amarraram pés e mãos dele. Por favor, #policia, #justiça, ajudem, peguem esses marginais covardes do caso no kioske Tropicalia na #barradatijuca #justiça #justiçapormoise”, escreveu a atriz Alexia Dechamps em seu perfil no Instagram.

O cofundador da Gastromotiva David Hertz publicou um texto acompanhado por uma montagem com uma foto de Moïse. Ele destaca a vinda da família do rapaz para o Brasil, em busca de oportunidades de recomeçar e a brutalidade do caso num local que deveria oferecer uma nova vida.

“É um absurdo como esse país – que é signatário de convenções que garantem a proteção dos direitos humanos – trata estrangeiros negros e pobres que vêm buscar aqui algum tipo de liberdade e democracia”, escreveu David Hertz em trecho de publicação.

Muitas publicações nas redes são ilustradas pelo desenho feito pelo artista Dinelli, divulgado em sua conta no Instagram (@1dinelli), em que pede por justiça pela morte do congolês. O artista publicou a imagem com a legenda “Brasil é um país brutalmente racista”.

A empreendedora e sócia da Perifacon, convenção de cultura pop das favelas, Andreza Delgado destacou que o caso de violência é “mais um capítulo na história do Brasil Anti Negro”. Ela também foi uma das que lembrou da hashtag #vidasnegrasimportam, traduzida a partir do #blacklivesmatter, movimento criado no Estados Unidos contra a violência e a morte da população negra.

O ilustrador Cristiano Siqueira também fez um trabalho em homenagem a Moïse, no qual pede por justiça. No boné que o jovem usa na imagem está a frase “Vamos ser humanos. Chega de covardia”. Na legenda que acompanha a publicação o Instagram, ele destaca o “brutal assassinato” e pede por apuração do caso.





Fonte: Fonte: Jornal Extra