Um homem fez uma mulher refém com uma faca durante quase 4 horas em uma lanchonete, na Tijuca, na Zona Norte do Rio, nesta sexta-feira. Numa operação que começou com a ação de agentes do programa Segurança Presente, contou com longa negociação tratada por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar e terminou após intervenção direta da polícia, a vítima acabou liberada sem ferimentos graves e o agressor preso. Outros três reféns, funcionários da loja que estavam presos em um escritório, foram liberados e atendidos.
O sequestrador, que era namorado da vítima, tem passagem pela polícia e, de acordo com a apuração da TV Globo, cumpre regime semiaberto, mas não se apresentava à penitenciária há dois dias. Em conversa na lanchonete, a companheira teria tentado convencê-lo a se apresentar, o que teria irritado o agressor, que pegou uma faca que estava sobre o balcão da loja. A ação rapidamente reuniu muitos curiosos que passavam pelo local, de grande movimento no bairro.
Quando a vítima foi enfim libertada e escoltada por policiais até uma ambulância para o pronto-atendimento, foi recebida por palmas por quem acompanhava a negociação.
Terminado o sequestro, o comandante do Bope, Tenente-Coronel Maurilio Nunes da Conceição, falou com a imprensa e explicou como foi a dinâmica. Segundo ele, quando o sequestrador passou a ficar mais agressivo, a polícia decidiu usar uma granada para desarmá-lo.
— Foram mais de três horas de negociação e verificamos que ele estava muito alterado, com traços de psicopatia. Isso, alegado pela própria psicóloga que nos acompanhava. Por conta disso, ele começou a alternar momentos de muito estresse e colocando já em risco a vítima. Por isso, nossa negociação começou a ser tática, e foi estabelecido um protocolo de entrada, com uma dissimulação, que foi uma granada e a entrada com o cão — contou.
De acordo com o comandante, além da namorada, o agressor mantinha também outros três funcionários presos na lanchonete. Ele foi imobilizado com ajuda de uma arma de eletrochoque.
— A equipe conseguiu fazer a entrada e demovê-lo da refém com uma arma de eletrochoque. A partir daí, foi feita uma extração, com o atendimento médico a ambas as pessoas, tanto o sequestrador, quanto às vítimas. Na verdade, eram quatro vítimas, uma que estava diretamente na posse dele e mais três dentro do escritório, que ele não deixava sair. Todos saíram ilesos e sem nenhum dano colateral — concluiu.
De acordo com a Polícia Militar, equipes do Programa Tijuca Presente esvaziaram o estabelecimento, e em seguida, agentes de negociação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) chegaram ao local. As demais unidades da área realizaram o isolamento da rua.
Dois jovens, que seriam o filho, que participou das negociações junto com a polícia, e um sobrinho da vítima, também foram ao local.
Funcionários libertados e trânsito na região
Aos poucos, clientes e funcionários, que tiveram que pular o balcão, deixaram a lanchonete. Muitos curiosos estavam na entrada do local, mas foram afastados pelos agentes após a área ser isolada. A Rua General Roca está fechada entre a Rua Barão de Mesquita e a Rua Conde de Bonfim. O trânsito está complicado na região.
Segundo a porta-voz da PM major Marlisa de Oliveira Amorim Neves, a mulher passa bem. O homem, de acordo com ela, dizia frases desconexas e não fez nenhuma exigência.
Fonte: Fonte: Jornal Extra