Após prisão de estelionatárias no Recreio, dez idosos denunciam à polícia que foram vítimas da quadrilha


Pelo menos dez idosos já procuraram a 40ªDP (Honórgio Gurgel) que está investigando o caso das cinco estelionatárias presas na semana passada em um apartamento no Recreio, para dizer que foram vítimas dos golpes aplicados pela quadrilha. Para algumas pessoas, o prejuízo individual foi de até R$ 40 mil, conforme relataram aos policiais nesta segunda-feira. O caso veio a tona no último fim de semana

— O padrão de atuação é o mesmo em todos os casos, mas o prejuízo foi diferente. Teve gente que perdeu R$ 10 mil e houve quem perdesse até R$ 40 mil — disse a delegada Márcia Beck, que investiga o caso.

Bando foi preso em apartamento no Recreio
Bando foi preso em apartamento no Recreio Foto: Reprodução

Segundo a delegada, mais pessoas já se dirigiram a outras unidades para prestar queixa do golpe, devendo aumentar esse número de vítimas já ouvidas.

Mas, segundo ela ainda é cedo para quantificar o número de vítimas ou mesmo o volume em dinheiro movimentado pelas acusadas. Isso, segundo ela, só será possível após ser concluída a análise de material apreendido com elas no momento da prisão, como laptops, aparelhos de telefone celular e anotações.

— Vamos analisar todo o material que apreendemos e não vai ser coisa que vamos conseguir de um dia para o outro, porque o volume é muito grande. Tenho que fazer uma análise cuidados e criteriosa e partir daí pode ser que a gente encontre outras linhas de investigações ou outras pessoas envolvidas — afirmou.

A polícia descobriu que as estelionatárias recorriam a um texto padrão quando aplicavam os golpes ao ligarem para as vítimas. Uma foto feita a polícia no momento da prisão, na última quarta-feira, mostra uma delas, Rayane Souza, diante de um computador com o script aberto.

“O motivo do meu contato é referente a uma transação que se encontra irregular no nosso sistema. Foi uma compra realizada agora pouco nas lojas americanas na cidade de São Paulo, no valor de R$ 2.375,33. O senhor (a) reconhece a transação?”, diz o texto.

Em seguida, conforme o roteiro, a golpista pergunta se a pessoa estava com cartão de crédito em seu poder ou se o havia perdido. Quando a pessoa confirmava que estava com o cartão, informava então que ela teria sido vítima de uma fraude. Essa era a deixa para que a estelionatária pedisse para que a pessoa do outro lado da linha informasse seus dados pessoais e bancários, bem como senhas que seriam utilizados por ela.

Com os dados bancários das vítimas em mãos, incluindo senha, faziam Pix, transferência, empréstimos, saques e compras, usando todo o crédito disponível, causando prejuízo financeiro muito grande para essas pessoas. Somente uma das integrantes da quadrilha movimentou R$ 400 mil em duas semanas, segundo a delegada. Algumas ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais.

Yasmin Navarro, Anna Carolina de Sousa Santos, Gabriela Silva Vieira, e Mariana Serrano de Oliveira também foram presas em flagrante por policiais da 40ª DP. Segundo as investigações, elas fazem parte de uma quadrilha especializada em aplicar golpes principalmente em pessoas idosas.

O bando se valia também de motoboys, que eram enviados na casa das vítimas para pegar os cartões que seriam “cancelados”. A Polícia apreendeu no apartamento em que elas foram presas crachá e um termo impresso num papel timbrado, ambos com o logotipo do banco. O objetivo, segundo a delegada era dar um ar de “credibilidade” para a ação fraudulenta.

Uma planilha encontrada no apartamento tem o nome de 10 mil pessoas que estavam sendo abordadas pelo grupo.



Fonte: Fonte: Jornal Extra