Após duas mortes de jovens gays, associação alerta para aplicativos de relacionamento em Curitiba


Após duas mortes de jovens gays, a Aliança Nacional LGBTI+ vai iniciar uma campanha de alerta para aplicativos de relacionamento em Curitiba. Em entrevista à Banda B nesta segunda-feira (10), o diretor-presidente da entidade, Toni Reis, confirmou que o grupo acompanha com muita apreensão a investigação em torno da morte de David Levisio, de 30 anos, e Marcos Vinício Bozzana da Fonseca, de 25, e teme que o assassino possa ser o mesmo. A Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga ambos os casos.

Reprodução

Levisio atuava como enfermeiro e foi encontrado morto na tarde do último dia 30, dentro do apartamento em que morava no bairro Lindoia. Já o estudante de medicina Marcos Vinício foi encontrado morto dentro de um apartamento no bairro Portão. Segundo a Polícia Civil, ambos os jovens são de fora de Curitiba e moravam sozinhos.

Nesta segunda-feira (10), Toni Reis disse à Banda B que a Polícia Civil confirma as características parecidas nos crimes. “Como isso demonstra que pode ser o mesmo agressor, vamos acompanhar e iniciar uma campanha de alerta na comunidade, para que todos possam redobrar os cuidados. Estamos em um momento de pandemia, então a primeira orientação é não sair de casa, mas caso vá ter algum tipo de encontro, use um hotel ou motel com câmeras”, disse.

Reis confirma que ambos os jovens utilizavam de aplicativos de relacionamento, o que pode indicar uma forma de chegar às vítimas.

À Banda B, a Polícia Civil informou que segue investigando os casos e realizando diligências para esclarecer os fatos. “Mais detalhes não serão repassados para não atrapalhar as investigações”, comentou em nota.

Preconceito

Questionado se os crimes podem ter o ódio como motivação, Reis confirmou que a homofobia segue sendo um grande problema a ser enfrentado. “Os discursos extremistas de certas lideranças não matam as pessoas, mas afiam a faca que matam pessoas. O que precisamos é de vida e vida em abundância”, concluiu.

A Aliança Nacional LGBTI+ ainda garantiu que confia e vai acompanhar os trabalhos de investigação.



Fonte: Banda B