Antes de matar a ex, suspeito rendeu mototaxista e o obrigou a levá-lo até o local do crime

Já preso na Delegacia de Homicídios da Capital (DHC), Queven da Silva e Silva, de 26 anos, confessou que matou a tiros a ex-mulher, a cabelereira Sarah Jersey Nazareth Pereira, de 23. O crime aconteceu na madrugada desta terça-feira, na Rua Tadeu Kosciusko, esquina com a Rua Riachuelo, no Centro do Rio, onde a vítima morava com os dois filhos do casal, de 2 meses e de 4 anos, que presenciaram o ataque brutal à mãe. Aos agentes, Queven contou que, antes de chegar ao local do assassinato, rendeu um mototaxista no alto do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, onde vive, e o obrigou a levá-lo até a casa da ex. Em seguida, já depois de abrir fogo contra a cabeleireira, ele seguiu até um canal que corta o bairro do Rio Comprido e dispensou a pistola usada na execução. Ele responderá por feminicídio.

— Eu paguei o mototáxi e pedi para ele me levar até o final da (rua) Barão (de Petrópolis). Chegando lá, eu pedi para ele virar mais um pouquinho a esquina e lá já enquadrei ele. Coloquei a pistola nas costas dele e falei: “Qualé, mano, me leva lá”. Ele me levou. Chegando lá, eu tomei a chave dele para ele não sair, dei um tiro no portão, subi, dei outro tiro na porta, entrei dentro do quatro e estavam o meu filho e minha filha deitados. Um cara lá pelado, ela tinha corrido para o quatro da irmã dela, eu pedi para a irmã dela sair e matei ela a tiros dentro de casa ao lado dos dois filhos, um de dois meses e o outro de 4 anos – descreve friamente o preso em um vídeo gravado na especializada: — Eu dei tiro nela. Muitos disparos. Eu usava uma pistola. Joguei fora para no Rio Comprido. Joguei no rio na altura do pardal.

Questionado pelos agentes sobre como conseguiu a arma, Queven respondeu que tinha achado a pistola no morro. Ele negou pertencer ao tráfico local. Entretanto, após matar a ex-mulher, ele foi pego por traficantes e amarrado em um poste na entrada da favela.

— Os traficantes souberam do fato. Ele foi pego e estava amarrado na entrada do morro. O tribunal do tráfico não aceitou. Iriam matá-lo. Uma viatura do Bairro Presente do 5º BPM (Praça da Harmonia) soube e o salvou — relatou o porta-voz da Polícia Militar, o tenente-coronel Ivan Blaz.

Antes de matar a ex, suspeito rendeu mototaxista e o obrigou a levá-lo até o local do crime
Sarah Jersey Nazareth Pereira foi morta a tiros pelo ex-companheiro Foto: Reprodução

Queven possui 47 anotações criminais, incluindo roubo, tráfico de drogas e homicídio, e estava foragido da Justiça do Rio desde 2016. Contra, ele havia pelo menos oito mandados de prisão em aberto.

No quarto onde estava Sarah, peritos da Polícia Civil encontraram 16 cápsulas de pistola. De acordo com policiais da DHC que estiveram no local, o rapaz teria chegado à casa da vítima por volta de 4h20 e feito três disparos para cima. Ao entrar na casa, Queven atirou diversas vezes contra a mulher, que morreu na hora.

Uma pessoa que mora perto da casa onde a cabeleireira foi assassinada diz que escutou os disparos e viu a irmã da vítima correndo pela região para não ser morta. A testemunha disse também que a irmã ainda gritou para um rapaz em situação de rua fugir para não ser alvejado.

— Ele já tinha matado a mulher e foi atrás da irmã. Foi muito tiro. Uma coisa assustadora — descreveu o vizinho.

Testemunhas contaram que há aproximadamente dois meses Queven já havia tentado matar a ex-companheira com uma facada no pescoço. Na ocasião, Sarah ficou internada por alguns dias no Hospital Municipal Souza Aguiar.

Sarah vai ser enterrada nesta quarta-feira, no Cemitério do Catumbi, na Região Central do Rio. O velório começa às 11h, e o sepultamento está previsto para 16h. Parentes da jovem pedem que os presentes no adeus à cabeleireira usem “roupas claras ou coloridas”.

Fonte: Fonte: Jornal Extra