Uma advogada foi afastada do escritório em que atuava após se tornar suspeita de práticas estelionatárias no tradicional Clube Curitibano. A mulher teria usado dados de cartões de crédito de sócios do local e realizados diversas compras.
Relatos obtidos pela Banda B, nesta quinta-feira (9), apontam que a advogada* teria sido descoberta após comprar cerca de R$ 5 mil em roupas em uma loja da capital paranaense. A vítima, que supostamente teve seus dados furtados, teria comentado sobre o crime sofrido com a dona da loja onde a suspeita havia feito as compras.
“A Ana* (nome fictício) tem uma loja, e a Maria* (nome fictício) sempre compra lá. Na semana passada, a Maria comprou R$ 5 mil em roupas, disse que estava com pressa e que era para a dona mandar a conta depois. Ela sempre fazia isso. No dia seguinte, depois de a Ana enviar o link, ela pagou tudo. Um dia depois, uma amiga da dona da loja foi falar com ela e pediu ajuda porque alguém havia roubado o cartão dela e estava fazendo várias compras, e uma delas foi feita na loja da Ana”, disse uma mulher que não será identificada por questões de segurança.
A dona da loja, então, teria questionado o valor da compra feita em sua loja. Ao ter a resposta, passou a suspeitar da advogada.
Ainda de acordo com testemunhas, a suspeita sempre agia da mesma forma no Clube Curitibano: se dirigia aos armários dos sócios, procurava por cartões e documentos pessoais, se escondia para que pudusse fotografar os dados e os devolvia.
“Está bem nítido nas imagens das câmeras do clube. Eles têm anotado o horário em que ela foi no meu armário, pegou minha bolsa e depois devolveu. Soube que meu armário não foi o único a ser mexido”, disse uma das supostas vítimas da advogada.
A mulher também foi afastada do clube e não pode frequentar o local até que as apurações sejam concluídas. Uma das vítimas teria feito um boletim de ocorrência na delegacia, porém, a Polícia Civil informou a Banda B que não foi notificada da ocorrência (ver nota abaixo).
O que diz o escritório de advocacia
Procurado pela Banda B, o escritório em que a suspeita era associada afirmou que o vínculo com a mulher foi rompido e que a empresa preza pela ética. Ainda, informou que aguarda as investigações sobre o caso. Leia a íntegra da nota abaixo:
“O escritório Saldanha Bertholdi Advocacia e Consultoria Jurídica, vem, por meio da presente nota, informar a dissolução do vínculo societário.
Em nossa quase uma década de atuação, sendo cinco anos à frente de escritório próprio, lutamos pela presunção de inocência, consticionalidade e ética na condução de processos penais, eleitorais e administrativos. A fim de seguir esse histórico, há de ser intransigente com a ética e proteger o interesse de nossos funcionários, clientes e parceiros.
Assim, optamos por agir preventivamente e seguir com o escritório em nova formação: todos os processos permanecerão sob cuidados exclusivos da Dra. Juliana Bertholdi e sua equipe.
Esclarecemos ainda que aguardamos a apuração detida dos fatos, seguros de que, neste momento, é preciso respeito e cautela. A partir desta data, somente nos manifestaremos com o suporte de nossa assessoria de imprensa.
Ficamos à disposição dos clientes para maiores esclarecimentos.”
O que diz o Clube Curitibano?
Também por meio de nota, o Clube Curitibano, onde a advogada teria cometido os crimes, destacou que segue apurando as informações:
“Estamos apurando todas as informações e os envolvidos no ocorrido estão sendo identificados para que as medidas cabíveis sejam tomadas. Será feita uma avaliação criteriosa em sigilo, para a aplicação de medidas disciplinares pertinentes ao fato, previstas no estatuto social do Clube Curitibano.”
O que diz a Polícia Civil?
Procurada pela Banda B para responder questionamentos sobre o andamento das investigações sobre o caso, a Polícia Civil informou que “até o momento, a PCPR não foi notificada”.
*A Banda B não divulga o nome da advogada porque o caso segue em investigação.
Fonte: Banda B