A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) de São João de Meriti, conversou, por telefone, na tarde desta quarta-feira, com a vítima do médico anestesista Giovanni Quintella Bezerra, de 31 anos, no último domingo. Com a ajuda do marido da vítima, a policial contou que ela havia sido vítima do profissional. No começo da noite desta quarta, na saída de distrital, a delegada falou que “a vítima está muito indignada, revoltada e chateada” com tudo o que aconteceu.
Barbara Lomba disse também que a mulher “está com medo, após a proporção que o fato tomou”. Entretanto, ouviu de Lomba que ela “estará amparada por todos os órgãos de proteções, inclusive a Deam de São João de Meriti”.
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A mulher teria chorado muito após receber a informação. Ele foi amparada pelo marido, que deverá prestar depoimento nesta quinta-feira. Também deverão prestar depoimento as duas mulheres que deram à luz no domingo. Para Barbará Lomba, essas duas mulheres, ”ao que tudo indica, por conta dos depoimentos, também foram abusadas” pelo anestesista.
Segundo os investigadores, o marido dela, que é aguardado para prestar depoimento nesta quarta-feira, está muito abalado com o crime. Ele era esperado para ir à delegacia ontem, mas não compareceu.
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Os investigadores deverão contar com a ajuda de psicólogos no momento que a mulher for informada do que aconteceu após o parto.
Primeira noite em Bangu 8
Após a justiça converter para preventiva a prisão do anestesista, a Seap o transferiu para o Complexo de Gericinó, na Zona Oeste do Rio. O suspeito foi levado Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, pouco depois das 20h. A unidade é destinada a presos que têm nível superior.
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Quando chegou ao local, pouco depois das 21h10, detentos do presídio começaram a sacudir as grades, vaiar e xingar o anestesista, como forma de protesto. Assim como em Benfica, por segurança ele ficará em uma cela isolada na galeria F.
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A unidade abriga presos de casos conhecidos, como Jairinho, que aguarda julgamento pelo caso da morte do enteado, Henry Borel. Outro que também estão na unidade é o delegado Marcos Cipriano, preso na Operação Calígula, que mirou a exploração ilegal de jogos de azar pelo bicheiro Rogério de Andrade, e Maurício Demétrio, preso acusado de participar de uma organização criminosa que extorquia comerciantes em Petrópolis, na Região Serrana do Rio.
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Os presos da operação Lava Jato também já estiveram na unidade. Um deles foi o ex-governador Sérgio Cabral, que cumpriu parte da pena na cadeia, antes de ser transferido para o Batalhão Especial Prisional da Polícia Militar, no Fonseca, em Niterói.
Fonte: Fonte: Jornal Extra