Radiante, Zezé Motta, aos 80 anos, faz espetáculo em Brasília com o monólogo “Vou fazer de mim um mundo”. Uma ode à vida e aos ancestrais. – Foto: Valentina Lassen/Divulgação
A atriz e cantora Zezé Motta escolheu Brasília para estrear nacionalmente o espetáculo que marca parte da história pessoal dela. Com o monólogo “Vou fazer de mim um mundo”, ela comemora 80 anos, dos quais quase 60 dedicados à arte.
E este será o último fim de semana da peça, em cartaz no CCBB. O espetáculo é uma adaptação do livro de Maya Angelou, a primeira mulher negra a ser roteirista e diretora em Hollywood. No palco, Zezé Motta, com roupas claras e com o olhar no infinito, transcende em 90 minutos de espetáculo.
A história que se tornou um clássico é a primeira das sete autobiografias que a autora publicou. De forma metafórica, a autora conta os desafios e as vitória de um “pássaro”, antes engaiolado, depois, livre. É parte da história dos pretos nos Estados Unidos, muito em comum com o Brasil.
Grande espetáculo, um show único
A carreira de Zezé Motta marcou sucessos na TV, teatro, cinema e na música. Ela participou de diversas novelas da Globo, como “A Próxima Vítima” e “Corpo Dourado”. Entre os filmes, foi a primeira “Xica da Silva” e fez também “Quilombo”.
Como cantora, lançou vários álbuns de música e teve sucessos como Magrelinha (Luiz Melodia) e “Coração Vagabundo” (Caetano Veloso).
No monólogo em Brasília, Zezé Motta cruza as realidades dos pretos no Brasil e nos Estados Unidos. Para ela, há um elo entre as experiências, como se não houvesse fronteiras.
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Cenário, som e presenças
O texto reúne reflexões, mas de forma otimista, agradece a vida, honra os ancestrais e mostra a necessidade de aprender com as gerações que é preciso continuar a trajetória sendo a mudança.
A trilha sonora faz menção à atmosfera dos anos 1930/40 do sul dos Estados Unidos, mas alterna com músicas de Dorival Caymmi, Luiz Melodia, Luiz Gonzaga, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Seu Jorge.
A produção
A peça tem iluminação de Aurélio de Simoni, que reduz a uma atmosfera da luz de lampião, pinçando memórias e afetos antigos.
O figurino é de Margo Margot e apresenta Zezé com uma paleta amarela, contextualizada ao fim da peça, mas, também, alusão direta a Oxum, o orixá da artista. A mãe das águas doces serena, mas intensa.
Em cena, dois músicos: Mila Moura e Pedro Leal David, com arranjos exclusivos forjados no blues e suas variações.
De Brasília, Zezé segue para o CCBB Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.
Serviço
Vou fazer de mim um mundo
Local: Teatro do CCBB, Centro Cultural Banco do Brasil Brasília
Endereço: SCES Trecho 02 Lote 22 – Edif. Presidente Tancredo Neves – Setor de Clubes Especial Sul
Horário: quinta a sábado, às 20h e domingo, às 18h30
Classificação indicativa: não indicado para menores de 16 anos
Ingresso: R$ 30 (inteira), e R$ 15 (meia)
Vendas: no site www.bb.com.br/cultura e na bilheteria física do CCBB Brasília.
Informações: fone: (61) 3108-7600 | e-mail: [email protected]
Zezé Motta comemora 80 anos de vida e 60 de carreira com espetáculo em Brasília. – Foto: Valentina Lassen
O espetáculo “Vou fazer de mim um mundo”, com Zezé Motta, termina neste fim de semana no CCBB em Brasília e segue para outros Estados. – Foto: Valentina Lassen
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