“São Jerônimo”, por Julio Carvalho


No dia 30 de setembro a Igreja Católica comemorou o dia de São Jerônimo, cidadão que traduziu a Bíblia para a língua latina, permitindo que os cristãos pudessem tomar conhecimento das belezas das sagradas escrituras; a partir do latim a Bíblia foi traduzida para os demais idiomas.

                      São Jerônimo, cujo nome completo era Sofrônio Eusébio Jerônimo, nasceu na região europeia que, hoje, corresponde à Croácia, por volta do ano de 347, não se conhecendo o dia e o mês. Era de família rica, recebendo boa instrução desde a infância, realizando seus estudos em Roma, onde levou uma vida comum a todo jovem rico, participando dos prazeres do mundo na capital do império romano; todavia, abandonando o mundo dedicou-se inteiramente ao catolicismo.

                     Certa vez, passando pela França, visitou um monastério, conhecendo a vida monástica decidiu dedicar-se à mesma. Partiu para a Síria, permanecendo no deserto por muitos anos em pesados jejuns e penitências que prejudicaram intensamente sua saúde, quase determinando o fim de sua vida.

                     Aos 28 anos passou a dedicar-se inteiramente ao estudo da Bíblia e, em 379, foi ordenado padre, todavia não possuindo vocação pastoral continuou levando sua vida como monge, dedicando-se à reflexão e a trabalhos literários divulgando o cristianismo.

                     No ano de 382 retornou para Roma, sendo chamado pelo Papa Dâmaso para ser seu secretário particular, sendo designado para traduzir a Bíblia do grego e do hebraico para o latim; trabalho que levou quase toda sua vida. Esta tradução recebeu o nome de Vulgata, tornando-se a Bíblia oficial a partir do Concílio de Trento.

                    Possuidor de grande cultura filosófica e religiosa São Jerônimo deixou vastíssima obra literária em latim, grego e hebraico, divulgando os ensinamentos do cristianismo. Era um homem de temperamento forte, mantendo polêmicas com Santo Ambrósio, São Basílio e Santo Agostinho, todavia sempre amenizava a agressividade do seu caráter.

                   Cansado com as intrigas que existiam no meio romano resolveu retornar ao oriente médio, residindo em Belém e falecendo em sua cela, próximo à Gruta da Natividade, no dia 30 de setembro, no ano de 420, todavia jamais deixou de produzir seus trabalhos em defesa da fé e do cristianismo; foi um homem de difícil diálogo, em virtude do seu temperamento polêmico, por isso era odiado por alguns e amado por muitos.

                  O dia do seu falecimento é considerado o Dia da Bíblia, enquanto ele é tido como o “Doutor Máximo das Escrituras”.

                  Na Liturgia das Horas encontramos um Hino que diz:

                  “tradutor e exegeta da Bíblia, foste um sol que a Escritura ilumina; nossas vozes, Jerônimo, escuta: nos louvamos-te a vida e a doutrina.

Relegando os autores profanos o mistério divino abraçaste, qual leão, derrubando os hereges, as mensagens da fé preservaste.

                   Estudaste a palavra divina nos lugares da própria Escritura, e, bebendo nas fontes o Cristo, deste a todos o mel a doçura. Aspirando ao silêncio e à pobreza no presépio encontraste um abrigo; deste o véu a viúvas e virgens.

                   Paula e Estaquia levaste contigo.

                   Pelo grande doutor instruídos, proclamamos, fiéis, o Deus trino; e ressoem por todos os tempos as mensagens do livro divino”.

                       Júlio Carvalho.

Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo e atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo
Júlio Marcos de Souza Carvalho é médico, ex-vereador e ex-provedor do Hospital de Cantagalo. Atualmente é auditor da Unimed de Nova Friburgo e vice-prefeito de Cantagalo.



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