Pelo jeito a química foi forte mesmo. A primeira reunião entre os presidentes Trump e Lula, neste domingo, 26, na Malásia, mostra que o chefe norte-americano está propenso a negociar a suspensão das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil.
Donald Trump disse que as tarifas comerciais aplicadas sobre o Brasil podem ser negociadas “muito rapidamente”, mas desconversou quando perguntado sobre quais seriam as condições para a medida.
“Vamos discutir por um tempo e provavelmente chegaremos a uma conclusão muito rapidamente. Acho que poderemos chegar a acordos muito bons dos quais estivemos falando, e acho que acabaremos tendo uma relação muito boa”, afirmou Trump logo na entrada da reunião com Lula.
Reunião foi “ótima”
Lula classificou a reunião, que durou cerca de 45 minutos, como “ótima” e disse que a discussão foi “franca e construtiva”. “Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral”, declarou o presidente, no X, após o encontro.
“Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras”, prosseguiu.
Apesar de se dizer “incomodado” com as penas contra Bolsonaro, o tema não entrou na pauta da reunião, segundo o governo brasileiro.
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As condições do acordo
O encontro dos dois presidentes foi em Kuala Lampur, na Malásia, onde acontece a Cúpula de Líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).
Quando jornalistas perguntaram se uma mudança nas penas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seria uma das condições para a negociação, Trump respondeu que isso não é da conta dos jornalistas. “Eu gosto de Bolsonaro. Ele é um bom sujeito. Nós ficamos incomodados com as penas contra ele”, afirmou.
Segundo o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que participou do encontro, Trump deve suspender as tarifas ao Brasil: “Nós vamos ter negociações, conversas, visto que a tarifa é aplicada a um país que não tem superávit nos Estados Unidos”, disse o ministro a jornalistas após o encontro.
Sem brigas
Otimista com a reunião o presidente Lula disse: “O Brasil tem interesse em ter uma relação extraordinária com os Estados Unidos, como temos há 201 anos. Não há nenhuma razão para desavença entre Brasil e Estados Unidos”, afirmou.
“Quando dois presidentes sentam na mesa, cada um coloca os seus problemas, a tendência natural é encaminhar para um acordo. Antes de vir aqui eu disse que estava muito otimista com a possibilidade para avançarmos para ter uma relação mais civilizada com os Estados Unidos e pretendemos manter.”
Visita de Trump ao Brasil
Depois deste primeiro encontro, que aconteceu às 4:30 da madrugada pelo horário de Brasília, os presidentes do Brasil e Estados Unidos devem ter outra reunião ainda neste domingo na Malásia. A informação foi dada pelo ministro Mauro Vieira.
“Trump declarou que dará instruções à sua equipe para começar um processo de negociação bilateral, que deve se iniciar hoje ainda – já que é para tudo ser resolvido em pouco tempo”, afirmou.
Ainda de acordo com o chanceler, o presidente americano demonstrou interesse em visitar o Brasil, e Lula também afirmou que irá “com prazer” aos EUA, futuramente.

Trump e Lula conversaram com jornalistas antes de reunião a portas fechadas na Malásia. – Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República
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