O primeiro transplante de bexiga do mundo foi um sucesso, comemorado pelos médicos. O paciente é um homem, de 42 anos, que fazia diálise há 7, já havia perdido parte do órgão e dos rins por causa de um tumor. Após a operação, ele apresentou boa recuperação, sem necessitar de diálise.
Toda a operação durou mais de oito horas e para ser realizada, os médicos se prepararam por quatro anos. Além do transplante de bexiga, inédito, os médicos também fizeram um transplante duplo de rins, porque o paciente apresentava grave deficiência renal. O paciente Oscar Larrainzar, foi selecionado para ser operado pela complexidade do quadro dele.
“O rim imediatamente produziu um grande volume de urina, e a função renal do paciente melhorou imediatamente. Não houve necessidade de diálise após a cirurgia, e a urina foi drenada corretamente para a nova bexiga”, disse Nima Nassiri, cirurgiã urológica de transplante e diretora do Programa de Transplante de Aloenxerto de Bexiga Composto Vascularizado da UCLA.
Como foi a cirurgia
A cirurgia foi feita em conjunto com médicos da Keck Medicine da Universidade do Sul da Califórnia (University of Southern California) e da Rede de Saúde da Universidade da Califórnia em Los Angeles (University of California, Los Angeles – UCLA Health), em Los Angeles, nos EUA.
“Apesar da complexidade do caso, tudo correu conforme o planejado e a cirurgia foi um sucesso. O paciente está bem e estamos satisfeitos com sua evolução clínica até o momento”, disse o médico Interbir Gill, diretor executivo fundador da USC Urology e coordenador da cirurgia.
O novo rim então conectado à nova bexiga e o transplante combinado permitirá que o paciente suspenda as sessões de diálise e produza urina, pela primeira vez, em sete anos.
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Resultados imediatos após a operação
A recuperação do rim e da bexiga do doador foi realizada no Centro de Recuperação de Transplantes da OneLegacy em Azusa, Califórnia.
Segundo os médicos, todas as etapas do procedimento, incluindo a cirurgia e o monitoramento pós-cirúrgico durante o transplante, tiveram aos mais altos padrões clínicos e de pesquisa atuais.
Os principais riscos do transplante de órgãos são a rejeição do órgão pelo corpo e os efeitos colaterais causados pelos medicamentos imunossupressores obrigatórios administrados para evitar a rejeição do órgão.
Futuros pacientes
Os médicos se preparam agora para receber novos pacientes.
Os interessados devem preencher alguns requisitos, como ter entre 18 e 70 anos, ter doença terminal da bexiga ou câncer com indicação de cistectomia radical – retirada do órgão.
Também estão na lista pacientes transplantados previamente e em uso de imunossupressores, desde que não apresentem condições médicas.
Para essa cirurgia, foram quatro anos de preparo prévio. A previsão é que os resultados finais do estudo sejam concluídos e divulgados até 2028, segundo a USC/UCLA.
A cirurgia de transplante de bexiga e rim durou cerca de oito horas. Mas os médicos se prepararam por quatro anos. Foto: UCL/USC
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