Pleito foi antecipado após queda do governo do direitista Luis Montenegro. Campanha também foi marcada por internação de líder do Chega e favoritismo da direita moderada nas pesquisas. Líder da extrema direita de Portugal passa mal mais uma vez durante comício
Os portugueses vão às urnas neste domingo (18) para eleger um novo Parlamento, na terceira eleição legislativa em apenas três anos. A instabilidade política, provocada por escândalos e disputas partidárias, levou o país a mais uma antecipação do pleito.
Veja, abaixo, os principais pontos do pleito antecipado:
Intenção de voto
De acordo com diferentes pesquisas de intenção de voto, a coligação Aliança Democrática (AD) dos partidos PSD e CDS, de Luís Montenegro, segue na frente com cerca de 34% das intenções de voto, com boa vantagem para o Partido Socialista, liderado por Pedro Nuno Santos, que teria cerca de 27% dos votos.
Segundo as sondagens, o Chega seria terceiro partido mais votado com cerca de 15,2% das intenções, e o Iniciativa Liberal pode alcançar entre 7 e 8% dos votos. Se confirmadas essas projeções, a Aliança Democrática teria o maior número de cadeiras, e, em uma aliança com o Iniciativa Liberal, poderia ter maioria absoluta na Assembleia.
Concorrem às eleições legislativas um total de 21 partidos e/ou coligações, entre ele o Partido Liberal Social, que estreia nas urnas.
Mais de 10,8 milhões de eleitores residentes em território nacional e no estrangeiro estão inscritos nas legislativas antecipadas que vão eleger os 230 deputados à Assembleia da República.
Voto em trânsito bate recorde
O primeiro-ministro português, Luis Montenegro, durante ato de campanha em Sintra, Portugal, em 6 de maio de 2025.
Armando Franca/ AP
Um dos destaques deste pleito é a elevada adesão ao voto antecipado e em trânsito. Segundo o Ministério da Administração Interna, 333 mil eleitores se inscreveram para votar antes da data oficial — um número recorde desde a implementação dessa modalidade.
Destes, mais de 314 mil efetivamente compareceram às urnas no último domingo, representando 94,45% de participação.
Além do voto em trânsito, também votaram antecipadamente presos e doentes internados, totalizando 318.852 eleitores — o equivalente a 3,44% do total do eleitorado. A taxa de participação foi de 94,4% entre os presos e de 86,29% entre os doentes.
Internação durante campanha
Líder da extrema direita em Portugal é levado para o hospital
A reta final da campanha foi abalada por um incidente envolvendo André Ventura. O líder do Chega foi internado na quinta-feira (15) após passar mal durante uma caminhada eleitoral. Segundo informações do hospital, Ventura sofreu um espasmo esofágico, mas já teve alta médica. Esta foi a segunda indisposição do candidato em menos de 48 horas – a primeira ocorreu na terça-feira, durante um jantar-comício.
Apesar de estar fora de perigo, o candidato não deve retornar à campanha, que se encerra oficialmente nesta sexta-feira, 16. A ausência do líder poderá impactar o desempenho do partido na votação.
Crise política e nova eleição
A nova eleição legislativa foi convocada após a rejeição de uma moção de confiança ao então primeiro-ministro Luís Montenegro.
O estopim da crise foi uma denúncia envolvendo a empresa Spinumviva, pertencente à família do próprio Montenegro, que supostamente teria recebido pagamentos irregulares de um grupo de cassinos, levantando suspeitas de conflito de interesses.
O caso levou o presidente Marcelo Rebelo de Sousa a dissolver o Parlamento e convocar o novo pleito.
No total, mais de 10,8 milhões de portugueses — residentes no país e no exterior — estão aptos a votar neste domingo, em uma disputa que envolve 21 partidos e coligações, incluindo a estreia do Partido Liberal Social.
G1 Mundo