O plano do Paraguai para criar 100 mil postos de trabalho na fronteira com Brasil e congelar de impostos




Plano focará na indústria maquiladora, responsável por exportar produtos finalizados em terceiros países, em Ciudad del Este. Santiago Peña, que assumiu há um mês, prometeu ainda congelar impostos por 5 anos. Santiago Peña faz discurso logo após ser eleito no Paraguai, em 30 de abril de 2023
Jorge Saenz/AP
Um mês após tomar posse, o novo presidente do Paraguai, Santiago Peña, anunciou um plano para criar cerca de cem mil postos de trabalho na fronteira com o Paraná.
Peña, economista e ex-ministro da Fazenda com passagem pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), vem defendendo a criação de emprego como uma das principais bandeiras para retomar o crescimento de seu país.
As novas vagas, segundo o governo paraguaio, serão criadas na região de Ciudad del Este, especificamente na indústria de maquilas – empresas que montam ou processam produtos com peças vindas de outros países, geralmente a custo mais baixo que o do país produtor.
O governo paraguaio não informou prazos para os 100 mil novos postos – quatro vezes mais que as vagas atuais no setor local (leia mais abaixo).
As novas vagas fazem parte da aposta de Peña para angariar mais investimentos para o Paraguai. Para isso, ele vem anunciando um ambicioso plano de congelamento de impostos. No início de setembro, durante um evento do setor em Ciudad del Este, Peña isse garantir que não subirá impostos pelos próximos cinco anos.
“Estou interessado em gerar uma revolução na indústria. Não estou interessado em cobrar impostos, mas em criar empregos porque é a melhor política social que um país pode ter”, disse Peña na ocasião. “E a maquila tem sido uma indústria que proporcionou milhares de empregos”.
No evento, o líder paraguaio afirmou ainda que seu país “é a economia mais estável da América Latina”.
“(O Paraguai) é o país que não só tem estabilidade macroeconómica, mas também estabilidade fiscal”, declarou, na ocasião.
Maquila
A indústria maquiladora costuma estar presente em áreas de fronteiras de países com benefícios fiscais, como Taiwan, Filipinas e Malásia.
No Paraguai, segundo o governo do país, essa indústria gera atualmente 25 mil empregos diretos e outros 60 mil indiretos. A maioria das vagas, ainda de acordo com o governo paraguaio, é preenchida atualmente por mulheres em situação de vulnerabilidade.



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