Um novo avanço da medicina está trazendo esperança para pacientes que enfrentam os tipos mais difíceis de tumores. Cientistas da Universidade Rice, nos Estados Unidos, criaram um pequeno implante que promete ajudar o corpo no combate ao câncer com mais força — e com segurança — contra tumores como o melanoma metastático, câncer pancreático e colorretal.
O dispositivo é carinhosamente apelidado de “fábrica de citocinas”. Ele foi desenvolvido por pesquisadores para melhorar os tratamentos de imunoterapia, aqueles que usam o próprio sistema de defesa do corpo para combater o câncer. O grande diferencial do novo implante é que ele ativa uma resposta imunológica poderosa, sem causar os efeitos colaterais perigosos que muitas vezes acompanham esse tipo de tratamento.
Além disso, os testes com animais mostraram que o implante não apenas ajudou a eliminar tumores locais, mas também conseguiu atingir cânceres em outras partes do corpo. Agora, os pesquisadores se preparam para dar o próximo passo: pedir a aprovação da FDA (agência reguladora dos EUA) para iniciar testes clínicos em humanos.
Como age o implante
O nome “fábrica de citocinas” pode parecer técnico, mas a ideia por trás dele é simples: o dispositivo é implantado próximo ao tumor e libera uma proteína chamada interleucina-12 (IL-12). Essa substância serve como um alarme para o sistema imunológico, atraindo células de defesa muito específicas — chamadas células Tpex — que conseguem identificar e atacar o câncer com mais eficiência.
Essa proteína, a IL-12, é considerada uma das mais promissoras na luta contra o câncer porque consegue gerar uma resposta mais ampla e duradoura do sistema imunológico. Em vez de recrutar apenas um tipo de célula de defesa, ela ativa um exército mais diversificado, que continua combatendo o tumor por mais tempo.
Mas o melhor de tudo é que o implante consegue fazer isso de forma controlada e localizada, o que diminui bastante o risco de efeitos colaterais graves. Isso é essencial, principalmente quando falamos de cânceres agressivos que exigem tratamentos fortes.
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Conseguiu eliminar tumores
Nos testes realizados com animais, a “fábrica de citocinas” mostrou resultados muito positivos. Combinada com outros medicamentos de imunoterapia — chamados inibidores de checkpoint — o implante foi capaz de eliminar tanto tumores locais quanto os que já haviam se espalhado para outras partes do corpo.
Esses resultados foram observados em camundongos e também em primatas, o que indica um bom caminho para que o tratamento possa futuramente ser usado em pessoas. Além disso, os cientistas destacaram que o perfil de segurança do dispositivo é encorajador.
“Esse é um passo importante na busca por tratamentos mais eficazes para cânceres metastáticos”, afirmou o Dr. Nathan Reticker-Flynn, da Universidade de Stanford. Ele lembra que a imunoterapia tem se mostrado promissora, mas ainda enfrenta desafios, como a toxicidade e a dificuldade em atingir certos tumores.
O futuro da luta contra o câncer
A equipe responsável pelo projeto quer transformar essa tecnologia em uma nova empresa de biotecnologia para ampliar o acesso ao tratamento assim que ele for aprovado.
Eles esperam submeter o pedido de aprovação à FDA ainda no início do próximo ano.
Para o professor Omid Veiseh, que lidera a pesquisa, a missão é clara: tornar o tratamento do câncer mais eficaz e menos agressivo. “Estamos esperançosos de que essa tecnologia impactará significativamente a vida de pacientes com câncer”, declarou.
O novo implante combate o câncer a partir de uma “fábrica de citocinas”, segundo o estudo – Foto: Pixabay
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