A política de preços da Petrobras tem sido motivo de preocupação para importadores e observadores do mercado de combustíveis. Após a mudança na estratégia da estatal há pouco mais de dois meses, os preços dos combustíveis no mercado externo descolaram dos valores praticados pela Petrobras, criando um cenário de testes para a nova política.
Até maio, a Petrobras adotava a política de paridade de importação (PPI), equiparando os preços nas refinarias brasileiras aos valores de importação, considerando custos com frete e seguros. Porém, em maio, a empresa decidiu adotar uma nova estratégia com preços abaixo do PPI.
No primeiro mês após a mudança, os preços praticados pela Petrobras se mantiveram cerca de 5% abaixo da paridade de importação. Porém, nas últimas semanas, essa diferença tem se ampliado, com o valor da gasolina vendida pela estatal chegando a pelo menos 10% abaixo do preço praticado pelos importadores.
Importadores relatam encolhimento do mercado e preocupação com o abastecimento de combustíveis em agosto. A Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) informou que, na sexta-feira (28), a gasolina estava 24% mais barata em relação ao preço praticado pelos importadores, representando cerca de R$ 0,77 por litro. O óleo diesel estava 21% abaixo do preço de mercado, ou R$ 0,78 por litro.
Segundo especialistas, essa diferença nos preços representa um teste para a nova política da Petrobras. É um momento de observação para ver se a estatal vai aumentar os preços para manter o patamar de cerca de 5% abaixo do PPI, como vinha fazendo anteriormente.
A estatal nega o risco de desabastecimento no mercado nacional e ressalta que a demanda está sendo atendida tanto pela Petrobras quanto pelos outros produtores e importadores atuantes no mercado brasileiro.
O reajuste nos preços dos combustíveis também tem impacto na inflação e nas decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros, a Selic. Eventuais aumentos nos preços dos combustíveis podem influenciar a política de juros e dificultar a condução do BC no sentido de pegar o mercado “contrapé”.
O cenário atual é de acompanhamento cauteloso da política de preços da Petrobras e dos impactos no mercado de combustíveis, tanto para os consumidores quanto para os importadores e a economia como um todo. A estatal precisa buscar um equilíbrio para garantir a sustentabilidade de sua operação e evitar problemas no abastecimento do país.
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