O sírio falou com o The New York Times sobre o avanço de seus combatentes nos últimos dias, culminando no cerco a Damasco. Foto sem data divulgada por um grupo militante em 2016 mostra Abu Mohammed al-Golani
Militant UGC via AP/Foto de arquivo
Abu Mohammed al-Golani, líder do movimento rebelde que marcha pela Síria contra o regime de Bashar al-Assad, disse que o grupo estava confiante em ter vitórias contra forças governamentais que ele chamou de enfraquecidas e desmoralizadas. A declaração foi dada ao jornal americano The New York Times.
“Nosso objetivo é libertar a Síria deste regime opressivo”, disse ele em uma entrevista em vídeo de uma hora de um local desconhecido.
De acordo com al-Golani, os rebeldes vão acabar com o governo Assad. “Esta operação quebrou o inimigo”, disse ele sobre a ofensiva relâmpago dos rebeldes.
Saiba quem é Abu Mohammed al-Golani, chefe do grupo rebelde sírio HTS
Em sua entrevista, ele não deu nenhuma indicação de que estava surpreso com a facilidade com que os rebeldes conseguiram arrancar territórios das forças governamentais, que têm melhores armamentos e poderosos apoiadores internacionais, como Rússia e Irã.
Avanço-relâmpago
Neste sábado (7), as forças rebeldes do movimento jihadista Organização para a Libertação do Levante (HTS, na sigla local) tomaram o controle de mais duas cidades: Quneitra, no Golã sírio, perto da fronteira com Israel, e Sanamayn, a cerca de 20 km do portão sul de Damasco e chegaram ao subúrbio da capital.
Ainda no sábado, os rebeldes também adentraram a cidade de Homs, que estava cercada desde sexta-feira. A cidade é um ponto crítico no controle do território, já que conecta Damasco à costa mediterrânea — onde estão localizadas bases militares da Rússia, aliada de Assad.
Veja a cronologia do avanço rebelde na Síria
Infográfico/g1
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Governo anuncia resistência
O ministro do Interior da Síria afirmou que as forças de segurança estabeleceram um cordão “muito forte” ao redor de Damasco.
“Há um cordão militar e de segurança muito forte nos limites de Damasco e sua área rural e ninguém (…) pode penetrar na linha de defesa que nós, as Forças Armadas, estamos construindo”, disse o ministro, Mohamed al Rahmun, na televisão estatal.
Os rebeldes rebateram no Telegram e disseram que a resistência apontada pelo governo sírio não passa de fake news. Abu Mohammad al-Jolani, líder do grupo islâmico que liderou a ofensiva rebelde, disse em uma mensagem no Telegram para seus combatentes: “estamos agora na porta de Homs e Damasco, e a derrubada do regime criminoso está próxima”.
O grupo que tenta tomar o poder diz que tem o dever de proteger as instituições governamentais, internacionais e os escritórios da ONU na Síria.
G1 Mundo
