Na Venezuela, ex-aliado do chavismo tenta 'melar' prévias da oposição com ação que avança na Justiça




A oposição organizou prévias com 14 pré-candidatos para escolher um único nome para concorrer contra Nicolás Maduro em 2024. No entanto, o regime tenta impedir que essa escolha aconteça. Em Caracas, membros das Forças Armadas da Venezuela levam pessoal e equipamentos que serão usados nas eleições regionais e municipais neste domingo (21)
Pedro Rances Mattey/AFP
A oposição da Venezuela organizou uma eleição prévia para escolher um único candidato para tentar derrotar Nicolás Maduro em 2024, quando o país vai escolher um presidente. As inscrições para essas prévias se encerraram no dia 24 de junho, e 14 pré-candidatos vão participar. A votação está marcada para o dia 22 de outubro –no entanto, isso pode não acontecer.
Luis Ratti, empresário distanciado do chavismo, entrou em 30 de junho com uma ação no Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) contra as primárias da oposição.
Ele nem mesmo vai participar dessas prévias, mas ele diz que três pré-candidatos que estão nas prévias estão impedidos pelo regime chavista de participar da disputa pela presidência e que, portanto, as prévias são uma manipulação. Os três políticos a quem Ratti se refere são os seguintes:
María Corina Machado
Henrique Capriles,
Freddy Superlano (que se inscreveu em substituição a Juan Guaidó quando este fugiu para os Estados Unidos).
Os três estão impedidos pela Controladoria-Geral de participar da disputa eleitoral, uma situação criticada por Washington e pela União Europeia.
O processo que Ratti protocolou na Justiça será julgado por Caryslia Beatriz Rodríguez, uma magistrada da suprema corte próxima ao partido do presidente Nicolás Maduro.
A juíza Rodríguez foi prefeita de Caracas entre agosto e novembro de 2021, com o apoio do governante Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
Ela já expressou “profunda lealdade ao processo bolivariano” e a Maduro quando foi empossada na prefeitura.
O Tribunal de Justiça da Venezuela, um órgão pró-governo, anulou em 2016 um referendo para revogar o mandato de Maduro, após o chavismo denunciar irregularidades.
As primárias também sofreram um golpe com a renúncia da diretoria do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), cujo apoio técnico chegou a ser considerado, mas foi descartado devido à futura nomeação de novas autoridades no Parlamento, controlado pelo chavismo.
A comissão então anunciou que haverá uma votação manual.



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