Alto Comissariado para os Direitos Humanos da ONU na América Latina condenou assassinato e exigiu que governo investigue caso de forma ‘célere, imparcial e transparente’. PF entra na investigação do assassinato da líder quilombola que denunciava violência e a invasão de terras na Bahia
A agência de direitos humanos da ONU na América Latina condenou neste sábado o assassinato da líder quilombola e ialorixá Mãe Bernadete.
Bernadete Pacífico, de 72 anos, morta a tiros na quinta-feira (17) no quilombo Pitanga dos Palmares, na Região Metropolitana de Salvador. Segundo testemunhas, dois homens são os responsáveis por matar a idosa de 72 anos. O corpo da ialorixá foi enterrado neste sábado na capital baiana.
Em nota, o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na América Latina instou também o governo brasileiro a fazer uma “investigação célere, imparcial e transparente”.
“A ONU Direitos Humanos convoca o Estado brasileiro a realizar uma investigação célere, imparcial e transparente, e que sejam respeitados os mecanismos de proteção legal para o amparo das comunidades quilombolas, bem como medidas de proteção e reparação para os familiares e a comunidade de Bernadete Pacífico”, disse a agência.
No comunicado, o escritório das Nações Unidas exigiu ainda que o governo brasileiro reforce a proteção de lideranças e pessoas defensoras dos direitos humanos no país – Bernardete foi morta a tiros por dois homens invadiram sua casa, no quilombo Pitanga dos Palmares, quando ela assistia televisão com três netos adolescentes.
“A ONU Direitos Humanos manifesta sua solidariedade com a família e a comunidade dessa reconhecida mulher negra, quilombola, representante de uma religião de matriz africana e defensora do seu território”.
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Globo
Maria Bernadete Pacífico, conhecida como Mãe Bernadete, tinha 72 anos e também era ialorixá, líder religiosa, da comunidade Pitanga dos Palmares, e coordenadora da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq).
Ela foi secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial por sete anos em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador, mesma cidade onde fica o Pitanga dos Palmares.
Por seu protagonismo na luta quilombola, em 2017 ela recebeu o título de Cidadã Simõesfilhense pela Câmara de Vereadores da cidade.
G1 Mundo
