Em declaração conjunta nesta segunda (19), França, Canadá e Reino Unido pressionaram Netanyahu a acabar com suas ‘ações escandalosas’. Funcionários de embaixada israelense foram assassinados na noite desta quarta. Gideon Saar, ministro das Relações Exteriores de Israel
REUTERS
O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Saar, acusou autoridades europeias de “incitação antissemita tóxica” nesta quinta-feira (22).
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Saar não nomeou nenhum país ou autoridade, mas disse que o clima de hostilidade em relação a Israel está por trás do assassinato a tiros dos funcionários da embaixada Yaron Lischinsky e Sarah Lynn Milgrim do lado de fora de um museu judaico em Washington nesta quarta-feira (21).
“Há uma ligação direta entre a incitação antissemita e anti-Israel e este assassinato. Essa incitação também é praticada por líderes e autoridades de muitos países e organizações, especialmente da Europa”, afirmou o ministro em uma coletiva de imprensa em Jerusalém.
Mais tarde, após telefonema com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi a vez do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, falar. Ele acusou a França, Reino Unido e Canadá de encorajar os ‘assassinos em massa’ do Hamas.
A França se pronunciou já após as declarações do ministro israelense. A repórteres, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Christophe Lemoine, rejeitou as acusações contra as autoridades europeias e disse que os comentários eram “injustificados” e ultrajantes.
“A França condenou, a França condena e a França continuará a condenar sempre e sem ambiguidade todos os atos antissemitas”, disse ele.
2 funcionários da embaixada de Israel morrem baleados em frente ao Museu Judaico de Washin
Ofensiva israelense segue mesmo sob ameaça de sanções
Nesta segunda (19), os líderes da França, Canadá e Reino Unido pediram a Israel o fim de suas “ações escandalosas” na Faixa de Gaza e prometeram responder com “medidas concretas” caso a ofensiva militar não seja interrompida.
Emmanuel Macron, Mark Carney e Keir Starmer prometem que não ficarão “de braços cruzados”, e também reforçaram a pressão para que o governo israelense permita a entrada de ajuda humanitária no território. Na segunda, pela primeira vez em mais de dois meses, Israel permitiu a entrada de caminhões, mas a ONU considera a quantidade insuficiente.
“Israel sofreu um atentado atroz em 7 de outubro. Sempre apoiamos o direito de Israel de defender os israelenses contra o terrorismo, mas esta escalada é totalmente desproporcional. Se Israel não puser fim à nova ofensiva militar nem interromper suas restrições à ajuda humanitária, adotaremos outras medidas concretas em resposta”, disseram os líderes, sem informar quais seriam essas ações.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer
Leon Neal/Pool via REUTERS
Na terça-feira (20), mesmo após as ameaças de sanções, as forças militares de Israel promoveram um novo ataque à Faixa de Gaza e mataram 85 pessoas, segundo o Ministério da Saúde palestino controlado pelo grupo terrorista Hamas.
Israel busca tomar o controle deste território palestino para derrotar o grupo terrorista Hamas, que atacou o solo israelense em 7 de outubro de 2023. O atentado deixou 1.218 mortos e 251 pessoas foram sequestradas, de acordo com uma contagem baseada em dados oficiais israelenses.
Dos reféns levados para Gaza, 57 continuam cativos, embora 34 tenham sido declarados mortos pelo exército israelense.
Segundo o último relatório do ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, a ofensiva israelense já deixou mais de 53.486 mortos no território, número considerado confiável pela ONU.
Guerra em Gaza
A guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza entrou em uma nova fase neste mês, após o governo israelense anunciar uma nova escalada no território palestino para tentar recuperar os reféns ainda sob poder do grupo terrorista.
Em paralelo, o premiê israelense começou a permitir esta semana a entrada parcial de ajuda humanitária em Gaza, que estava bloqueada. A falta de alimentos causada pelo bloqueio vem gerando uma crise de fome extrema e desnutrição no território palestino.
A ONU afirmou à rede britânica BBC que cerca de 14 mil crianças correm risco de morrer de fome em Gaza, e, nesta quinta, o ministro da Saúde palestino afirmou que 29 delas já morreram nos últimos dias por falta de comida.
Exército israelense mostra tropas em nova operação terrestre em Gaza
G1 Mundo