Escritor Luiz Henrique Silva faz pré-lançamento do seu livro “Violande e o Andante”, em Nova Friburgo


Paralelamente à realização dos festejos de maio, em Nova Friburgo, em comemoração ao aniversário daquela cidade, o escritor Luiz Henrique Silva, estará realizando o pré-lançamento de seu quarto livro, primeiro romance, intitulado “Violande e o Andante” pela editora Rua do Sabão, de São Paulo. O evento acontece no dia 16 de maio, na sede da centenária Real Banda Euterpe Friburguense, no centro.

Trata-se de um épico regional, ambientado na província do Rio de Janeiro na segunda metade do século XVIII, tendo como pano de fundo o levante da Inconfidência Mineira, mas envolvendo costumes da sociedade colonial expansionista, povos originários, quilombolas, manifestações religiosas e do sobrenatural.

Luiz Henrique é professor de História da Rede Estadual de Ensino e, a dez anos, Diretor Geral do CIEP 283 (SEEDUC/RJ), natural de Dona Mariana, no município de Sumidouro.

Ainda menino, após a morte do pai, mudou-se com a mãe e os cinco irmãos para Nova Friburgo, onde completou os estudos. Estudou Medicina Veterinária na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Em 1985, publicou o livro de poesias Trilhos e brilhos, com prefácio do consagrado diretor de teatro Aderbal Freire Filho. No final dos anos 1980, formou-se em História pela Faculdade de Filosofia Santa Doroteia, integrou o grupo musical Mel da Terra e publicou dois livros, “Sumidouro” e “Um mundo na Sociedade” (sobre a Sociedade Esportiva Friburguense). De volta a Sumidouro, ingressou na rede pública de ensino. Violande e o andante é seu primeiro romance.

A história do livro é ambientada na província do Rio de Janeiro na segunda metade do século XVIII

Sobre o autor e seu primeiro romance:

Em uma anotação de diário, o escritor Lima Barreto fala de um projeto (não realizado) de reescrever a história do Brasil na perspectiva da população preta, dos escravizados brutalmente no processo de colonização branca. Africanos e povos originários foram o alicerce de carne e sangue da empreitada comercial europeia de além-mar; dívida que ainda hoje carregamos nos ombros. O romance Violande e o andante, de Luiz Henrique Silva, traz uma importante contribuição ficcional a esta ideia brilhante de Barreto. Seja por dar corpo e voz a personagens que permaneceram excluídos ou colocados em segundo plano na versão oficial da história, ou por mesclar ficção e história criticamente, no conturbado período da inconfidência mineira e sua frágil tentativa de libertação política da Coroa Portuguesa. A partir da trama de amor romântico entre a dama Violande e o misterioso insurgente Dimas, os saberes e sabores do povo subjugado vêm à tona e ensaiam caminhos possíveis, diversos e poéticos, de uma história ainda por ser escrevivida, com toda sua força e beleza. (Reynaldo Damazio).

Reynaldo Damazio é editor, crítico literário, escritor, tradutor e gestor cultural. Formado em sociologia pela USP, com especialização em Propaganda e Marketing, pela ESPM, e Gestão e Políticas Culturais, pelo Itaú Cultural. Foi colaborador do Guia de Livros da “Folha de S. Paulo” e das revistas “Cult”, “Mente e Cérebro”, “Arte Brasileiros” e “Nossa América”. É coordenador do Centro de Apoio ao Escritor da Casa das Rosas. Autor de “O que é criança” (Brasiliense) e “Poesia, linguagem”(Memorial da América Latina), e dos livros de poemas “Nu entre nuvens”(Ciência do Acidente), “Horas perplexas” (Editora 34) e “Com os dentes na esquina” (Dobradura Editorial); entre outros.

A prosa fácil, leve e gostosa de Luiz Henrique Silva nos leva junto com Violande e o Andante por caminhos do Brasil colônia, cravados por patas de cavalos sobre trilhas pisadas pelos nativos onde o ouro circulava dentro e fora do Caminho Real, nos sertões de dentro aos pés da serra da Mantiqueira. As aventuras ligam as grandes fazendas de cana de açúcar e aguardente, vilas e capelas, aldeias e quilombos na trama que segue desdobramentos da frustrada Inconfidência Mineira e a luta dos escravizados por vida melhor, livre.
Li de uma sentada. Passei por ruas, frequentei sede de fazendas, albergues, alambiques, sacristias, rodas em torno de fogueiras e me assustei em caminhos desconhecidos e presenças sobrenaturais. Gostei. Ficou um gosto de quero mais. (Fernando Abritta)

Fernando Abritta

Poeta do livro umÁrvore (Funalfa, 2010), designer ilustrador de Uma Verde História (LAL, Cataguases, 2011) e romancista ilustrador de O Caso da Menina que Perdeu a Voz (Funalfa, 2010), participa das coletâneas Juiz de Fora ao Luar (JF: Gryphon,2015) e Poesia na Pandemia (JF, Paratexto, 2021), tem o romance MulaSemCabeça e é editor da revista digital Chicos cataletras de Cataguazes-MG.



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