Em março, Witzel revogou decreto que proibia OS de Peixoto a fazer contratos com o Estado

O governador Wilson Witzel, ao revogar no dia 23 de março a decisão que desqualificou o Instituto Unir Saúde como organização social (OSs) que podia contratar com o Estado, desprezou dois pareceres jurídicos contrários à aceitação do recurso da entidade. O Unir, conforme foi demonstrado pela operação FAVORITO da Polícia Federal, desencadeada pela força-tarefa da Lava-Jato na semana passada, tem como sócio oculto o empresário Mário Peixoto, que foi preso. Os procuradores do Rio enviaram na última quarta-feira (13/05) à vice-Procuradoria-Geral da República trechos da investigação, com supostas menções ao governador Wilson Witzel, do PSC, partido do Pastor Everaldo.

As empresas de Peixoto possuem contrato com o Estado desde a gestão de Sergio Cabral (MDB) e permaneceram durante o governo de Witzel. De acordo com o MPF, esses contratos foram renovados por meio do pagamento de propina. A Unir Saúde é responsável pela administração de Unidades de Pronto Atendimento (UPA). A OS tinha sido proibida de fazer contratos com o poder público em outubro do ano passado, após a constatação de irregularidades na prestação de serviços. No entanto, um ofício assinado por Witzel revogou a proibição em um decreto no dia 23 de março deste ano. Para o MPF, não há justificativa técnica para o despacho.

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Fonte: Jornal Extra
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