Comandante do Exército diz que fronteira está 'dentro da normalidade' após pedido de prisão de opositor de Maduro



Ministro da Defesa deu declaração no mesmo tom. Segundo José Múcio Monteiro, situação é ‘tranquila’ e o que ocorre diante da tensão no país vizinho é apenas o reforço da segurança na região fronteiriça. Comandante do Exército diz que fronteira com a Venezuela está ‘dentro da normalidade’
O comandante do Exército, general Tomás Paiva, afirmou nesta terça-feira (3) que a fronteira do Brasil está “dentro da normalidade”, mesmo após a escalada de tensão no país vizinho.
A Justiça da Venezuela acatou um pedido do Ministério Público para emitir um mandado de prisão contra Edmundo González, que enfrentou o presidente Nicolás Maduro na eleição.
“Com a fronteira, a gente está dentro da normalidade, está tranquilo. O número de pessoas, a gente tem acompanhado, é o mesmo número que tem entrado no Brasil em todos os momentos. Não houve nenhuma mudança”, disse Paiva.
O opositor de Maduro se manifestou nesta terça-feira (3) pelo primeira vez após o pedido de prisão. “O que o país precisa é ver as atas eleitorais, não de ordens de apreensão”, argumentou González.
O Brasil também defende a divulgação das atas com o resultado das eleições. E o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que não reconhece reeleição de Maduro até a apresentação do documento.
O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, também se manifestou sobre a Venezuela nesta terça. Segundo ele, o que ocorre nesses casos é apenas o reforço da fronteira entre os dois países.
“Com relação a nós, super tranquilo. Com relação a eles, eu não sei”, pontuou Múcio.
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Cenário da fronteira
O Brasil tem 2.199 quilômetros de fronteira terrestre com a Venezuela.
O país tem recebido as maiores entradas de imigrantes venezuelanos nos últimos anos, que buscam escapar da forte crise econômica e social na Venezuela.
A diplomacia brasileira entende que o momento é delicado no cenário político venezuelano e que a situação pede um cuidado com a paz social.
O Brasil entende que os efeitos de um maior tumulto na sociedade venezuelana pode ter efeitos para a sociedade brasileira também.
Entre 28 de julho a 28 de agosto, a Polícia Federal recebeu 1.907 solicitações de refúgio de venezuelanos em Pacaraima, em Roraima — região de fronteira com a Venezuela.
O número é 25% maior que o do mês que antecedeu as eleições no país vizinho, realizadas em 28 de julho.
Além disso, foram 4.393 solicitações de residência no Brasil (quando o migrante pretende voltar para o país natal), um aumento de 9%.



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