O projeto Teto Verde Favela, do brasileiro Luis Cassiano, foi destaque em vários veículos internacionais. – Foto: Tércio Teixeira/Folhapress
O brasileiro Luis Cassiano Silva, criador do projeto Teto Verde Favela, chamou a atenção da mídia internacional ao transformar telhados de favelas em jardins sustentáveis.
No alto de uma favela do Rio de Janeiro, entre telhados de zinco, a residência de Luis chama a atenção. Criado em 2014, a laje da casa tem jardins suspensos e contrasta com a selva de pedra.
O projeto só tem benefícios. Além de diminuir o efeito da ilha de calor, melhora a qualidade do ar, retém a água da chuva e reduz os impactos ambientais. Pela criação, Luis foi notícia em vários veículos internacionais, como o Good News Network, e virou até objeto de estudo pela Universidade do Texas em Austin.
Como começou
A ideia de Luis começa lá em 2014. Na época, ele percebeu o impacto negativo do calor extremo e da falta de áreas verdes no Parque Arara, comunidade onde mora.
Foi então que o homem começou a ensinar os vizinha a cultivar plantas em suas lajes e telhados.
O que começou como um hobby se transformou em um baita projeto de revitalização ambiental e social.
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Benefícios dos telhados verdes
E os benefícios foram colhidos, literalmente, pela comunidade.
As plantas diminuem a temperatura e tornam as casas mais frescas.
Com a filtragem da poluição pelas folhas, houve também uma melhoria na qualidade do ar e na umidade.
Outro grande impacto foi o social, com moradores, especialmente crianças, aprendendo desde cedo a criar um ambiente acolhedor.
“A maioria das crianças na favela não tem interação com a floresta e não a respeita… É uma cultura de destruição. Temos que educá-las, aos poucos”, disse Luis.
Reconhecimento internacional
A solução do brasileiro foi estudada por vários pesquisadores. Segundo especialistas, a medida é essencial para cidades que enfrentam os desafios das mudanças climáticas.
Em um artigo para a Universidade do Texas, o pesquisador Matheus Cardoso, o projeto do Luis chama a atenção das autoridades para áreas negligenciadas.
“As autoridades municipais estão preocupadas em abordar a UHI para manter áreas privilegiadas da cidade acolhedoras para estrangeiros, já que uma grande parte da economia do Rio depende do turismo, e as atrações turísticas são comumente encontradas nas áreas mais privilegiadas da cidade. O Teto Verde Favela desafia as abordagens dominantes de planejamento ao lançar luz sobre o efeito UHI nas periferias marginalizadas da cidade”, finalizou.
As plantações foram se expandido para vários locais na comunidade. – Foto: Ian Cheibub/NPR
Os telhados das casas foram cobertos por plantas. – Foto: Rio On Watch
Para Luis, a prática tornou a comunidade mais ciente das mudanças climáticas. – Foto: Ian Cheibub/NPR
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