Pesquisas indicam empate entre os dois candidatos, dentro da margem de erro. Enquanto a democrata busca mulheres e republicanos moderados, Trump endurece discurso contra ‘inimigo interno’. Kamala Harris e Donald Trump durante campanha para as eleições dos EUA, em 2024
REUTERS/Evelyn Hockstein/Octavio Jones
Faltando exatamente uma semana para as eleições nos Estados Unidos, Kamala Harris e Donald Trump tentam dar os últimos impulsos na corrida à Casa Branca, que caminha para um final dramático e incerto.
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Apesar dos episódios históricos dessa corrida, incluindo a entrada de última hora de Kamala após a desistência de Joe Bien e as duas tentativas de assassinato contra Trump, as pesquisas mostram que os candidatos continuam empatados.
À medida que a disputa se aproxima do fim, Trump e Kamala focam nos sete estados-chave onde lutarão por alguns milhares de eleitores indecisos. Esses locais serão decisivos e devem definir o resultado final da eleição.
“O que parece neste momento é que está tudo indefinido”, disse à AFP John Mark Hansen, professor de Ciências Políticas da Universidade de Chicago.
Os Estados Unidos, profundamente divididos, farão história de qualquer forma: ou elegem a primeira mulher presidente ou concedem a Trump um retorno espetacular e o tornam o primeiro condenado a ocupar o Salão Oval.
Embora pesquisas recentes mostrem uma tendência a favor de Trump, os números estão dentro da margem de erro.
E a indefinição pode muito bem continuar depois de 5 de novembro, já que a apuração pode durar alguns dias. Diante disso, cria-se uma tensão caso Trump perca e conteste o resultado, como fez em 2020.
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Ataques e estratégia
Em uma corrida com as margens mais apertadas vistas em décadas, o resultado dependerá de quem conseguir conquistar os cruciais eleitores indecisos, além de mobilizar sua base para comparecer às urnas. O voto não é obrigatório nos Estados Unidos.
Kamala está cortejando republicanos moderados que não concordam a retórica cada vez mais dura de Trump. A democrata também visa mulheres que vivem em subúrbios e que são a favor da regulamentação do aborto.
Além disso, Kamala se apresenta como uma “guerreira alegre” que virará a página sobre os escândalos de Trump. A candidata tem apostado em intensificar os ataques à idade e à aptidão mental do republicano, após ele ter uma série aparições cada vez mais erráticas.
A democrata também busca atrair homens negros e latinos, que as pesquisas mostram estarem se inclinando cada vez mais para Trump.
Longe de recuar, o Trump tem colocado ainda mais lenha na fogueira para sua base de direita, ameaçando atacar o “inimigo interno”. Ele acusa falsamente os imigrantes de comerem animais de estimação e elogio autocratas estrangeiros, como Vladimir Putin.
Apesar de discursos confusos que muitas vezes fogem do tema, a mensagem econômica de Trump também ressoa com eleitores que ainda não sentiram os reflexos dos números positivos da economia na gestão Biden.
Estados-chave e famosos
Para vencer, os candidatos têm focado incansavelmente nos sete estados-chave mais disputados: Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Carolina do Norte, Pensilvânia e Wisconsin. Muitas vezes, os presidenciáveis contam com o apoio de grandes personalidades.
O roqueiro Bruce Springsteen e o casal Barack e Michelle Obama participaram de eventos de Kamala nesses campos de batalha, assim como a republicana Liz Cheney, que se opõe a Trump. Fora dos estados-chave, Beyoncé marcou presença em um comício no Texas.
Em campanha por Trump está o bilionário da tecnologia Elon Musk, cuja plataforma de rede social X se tornou um megafone para desinformação da direita.
Kamala e Trump também intensificam os esforços para incentivar a votação antecipada e garantir apoio. Esse modelo geralmente favorece os democratas.
No entanto, Kamala pode enfrentar um desafio maior no geral. Os democratas várias vezes ganharam no voto popular no passado, mas perderam a presidência devido ao sistema de Colégio Eleitoral dos EUA.
“Kamala tem sido mais bem-sucedida em arrecadar dinheiro e, por todos os relatos, tem uma campanha no terreno melhor organizada do que Trump. Por outro lado, ele provavelmente ainda se beneficia da vantagem republicana no Colégio Eleitoral”, explicou David Karol, da Universidade de Maryland.
“Está muito concorrido. Não há razão para ninguém estar confiante.”
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