Advogada brasileira entra na lista de afrodescendentes mais influentes do mundo e ganha prêmio apoiado pela ONU




Juliana Souza fundou instituto para a promoção da equidade racial e atuou no caso de racismo contra a filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. Cerimônia de premiação ocorreu em Nova York, nesta sexta-feira (27). A advogada Juliana Souza recebeu prêmio que a coloca entre os afrodescendentes mais influentes do mundo
TV Globo
A advogada brasileira Juliana Souza foi reconhecida como uma das personalidades afrodescendentes mais influentes do mundo e ganhou o prêmio “Mipad”, que tem o apoio da ONU. A cerimônia de premiação ocorreu em Nova York, nos Estados Unidos, nesta sexta-feira (27).
Juliana foi indicada na categoria de pessoas com menos de 40 anos. A advogada é fundadora do Instituto Desvelando Oris, que trabalha na promoção da equidade racial e de gênero.
A advogada se destacou pela atuação em casos emblemáticos, incluindo a vitória no processo de racismo da qual a filha do ator Bruno Gagliasso e da apresentadora Giovanna Ewbank foi vítima.
À época, a condenação de uma influenciadora por injúria racial e racismo foi considerada a primeira do Brasil com pena de prisão. Veja detalhes mais abaixo.
Juliana se emocionou ao receber o prêmio em Nova York e afirmou que estava realizando um sonho.
“A Juliana de 25 anos atrás sonhou com isso, mas era algo muito difícil de ser realizado. Mas com resiliência, com oportunidades, com acesso à educação de qualidade, uma educação emancipadora, eu tenho a oportunidade de estar aqui”, disse.
A advogada ressaltou que a conquista dela não é apenas pessoal, mas representa uma vitória coletiva de tantas outras meninas e mulheres negras que se veem representadas pelo trabalho dela.
“Esse prêmio é da minha dinastia de trabalhadoras domésticas, das mulheres que são minhas heroínas, e da minha mãe”, afirmou.
O Mipad visa reconhecer afrodescendentes que se destacam em diversas áreas, tanto no setor público quanto no privado. Entre as personalidades que já receberam o prêmio estão a cantora Beyoncé e o piloto Lewis Hamilton.
A iniciativa tem relação com a Década Internacional de Afrodescendentes, que é uma campanha da Assembleia Geral das Nações Unidas para promoção e proteção dos direitos humanos deste grupo.
Condenação histórica
Justiça condena influenciadora que fez ataques racistas à filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank
Em agosto, a Justiça Federal do Rio de Janeiro condenou a 8 de prisão a influenciadora e socialite Dayane Alcântara por injúria racial e racismo contra Chissomo, conhecida como Titi.
A menina, que tinha 4 anos na época em que foi alvo de racismo, é filha de Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank. O casal se pronunciou nas redes sociais e disse considerar a condenação histórica.
“Essa é a primeira vez que, em resposta ao racismo, o Brasil condena uma pessoa a prisão em regime fechado. Sim, estamos em 2024 e essa ainda é a primeira vez. Apesar de tardio, é histórico”, afirmaram.
Após a condenação, a Justiça Federal informou que o processo corre em segredo de Justiça, por envolver uma menor de idade. Já a defesa de Dayane Alcântara afirmou que iria recorrer da decisão.



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