A maior praia do mundo é brasileira; leva 2 dias à pé para passear por ela


A praia do Cassino, no RS, é considerar a maior praia do mundo pelo Guinnes. - Foto: Diego Balinhas

A praia do Cassino, no RS, é considerar a maior praia do mundo pelo Guinnes. – Foto: Diego Balinhas

A maior praia do planeta está no Brasil e impressiona pela imensidão. Localizada no extremo sul do país, a Praia do Cassino, no Rio Grande do Sul, foi reconhecida pelo Guinness World Records em 1994 como a mais longa faixa de areia contínua do mundo. São 254 quilômetros de extensão, que vão do balneário do Cassino, em Rio Grande, até o Chuí, na fronteira com o Uruguai.

Em alguns trechos, a largura chega a 200 metros, criando um cenário em que o mar e o horizonte parecem se misturar. É um lugar onde o vento sopra forte, as ondas se repetem sem fim e a sensação é de isolamento total. Apesar da beleza, percorrer toda a praia não é tarefa fácil e exige preparo físico, resistência e muitos dias de caminhada.

Para atravessar o Cassino de ponta a ponta, seria necessário caminhar por mais de 60 horas ininterruptas, o que corresponde a aproximadamente oito dias de trajeto, caminhando oito horas por dia. Fatores como calor intenso, areia fofa e maré alta podem estender o desafio para até dez ou doze dias.

Cenário natural

Grande parte da Praia do Cassino é desabitada. Não há quiosques, hotéis ou sinal de celular em boa parte do percurso. O som predominante é o das ondas e do vento vindo do Atlântico. Esse isolamento preserva o ambiente natural e faz do local um refúgio para várias espécies.

Nas longas faixas de areia, é comum observar aves migratórias, além de lobos e leões-marinhos que descansam nas margens.

As dunas costeiras formam um cordão natural fixado pela vegetação, onde flores desabrocham na primavera, compondo uma paisagem única no litoral brasileiro.

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Ponto de partida e atrações pelo caminho

A travessia costuma começar nos Molhes da Barra, em Rio Grande, uma estrutura de pedras que avança 4,3 quilômetros mar adentro para facilitar a entrada de navios na Lagoa dos Patos. O local é um dos cartões-postais da cidade e pode ser visitado com as tradicionais vagonetas movidas à vela, que deslizam sobre trilhos até o farol no fim do molhe.

Durante o trajeto, há paradas que se tornaram pontos turísticos, como o navio Altair, encalhado desde 1976, hoje coberto por ferrugem e areia. O cenário, muitas vezes desértico, também é conhecido por mudanças constantes, na qual a paisagem se transforma conforme o vento e a maré moldam a areia.

Como explorar

A cidade de Rio Grande, fundada em 1737 e considerada a mais antiga do Rio Grande do Sul, é a principal base para quem deseja conhecer a Praia do Cassino. O município abriga o Monumento a Iemanjá, obra do escultor Érico Gobbi, que se tornou destino de festas e homenagens no início de fevereiro.

Para quem busca aventura, há a Trilha Cassino–Barra do Chuí, parte da Trilha Nacional do Oiapoque ao Chuí. O percurso atravessa áreas de preservação, como a Estação Ecológica do Taim, e é considerado um dos mais desafiadores do país. Sem pousadas, energia elétrica ou pontos de apoio, o trajeto exige planejamento e resistência, mas oferece uma das experiências mais selvagens do litoral brasileiro.

O Navio Altair é um velho conhecido na Praia do Cassino - Foto: Karoline Scheer

O Navio Altair é um velho conhecido na Praia do Cassino – Foto: Karoline Scheer



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