O governador Romeu Zema (Novo)
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema(NOVO), comparou pessoas em situação de rua a carros estacionados irregularmente e sugeriu a criação de uma lei para “guinchá-los”.
A declaração foi feita durante entrevista à rádio Jovem Pan, na quinta-feira (5), ao comentar questões de segurança pública em Minas Gerais e a existência de pontos de consumo de drogas em Belo Horizonte.
“Temos lá moradores de rua ainda. Eu falo que no Brasil nós tínhamos que ter uma lei. Quando você para um carro em lugar proibido, ele é removido, guinchado. Agora, fica morador de rua às vezes na porta da casa de uma idosa, atrapalhando ela a entrar em casa, fazendo sujeira, colocando a vida dela de certa maneira em exposição. E não temos hoje nada no Brasil que seja efetivo. É um problema em São Paulo, Belo Horizonte e em outras cidades” , declarou.
A fala provocou reações imediatas de figuras políticas e organizações da sociedade civil. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira(PSD), declarou nas redes sociais.
“A insensibilidade do governador é revoltante! Zema erra para além da palavra. Alguém tem que ensinar a esse filhinho de papai que o correto, quando se trata de pessoas, é acolher”.
A deputada estadual Bella Gonçalves(PSOL) criticou a fala. “Sério gente. A que ponto chegamos. Agora Zema compara a população em situação de rua com carros abandonados. Com coisas. PESSOAS NÃO SÃO COISAS!” .
Organizações como o Movimento Nacional da População em Situação de Rua pediram retratação por parte do governador e a adoção de políticas públicas voltadas à inclusão.
Zema e o endurecimento penal
Romeu Zema
A declaração foi feita no mesmo momento em que Zema defende propostas de endurecimento penal, como a classificação de facções criminosas como organizações terroristas e a atuação do Exército em ações de combate ao crime.
Na mesma entrevista, elogiou as políticas de segurança pública de El Salvador, onde o presidente Nayib Bukele adotou prisões em massa. Em Minas Gerais, o índice de homicídios cresceu 3,2% em 2023, enquanto no país houve redução de 2,3%.
A posição do governador ocorre em meio à sua movimentação como pré-candidato à Presidência da República em 2026. Com a inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro, Zema busca espaço entre o eleitorado conservador.
Em outras ocasiões, já relativizou a existência da ditadura militar brasileira (1964–1985), publicou frases do ditador fascista Benito Mussolini e afirmou que concederia indulto a Bolsonaro caso este venha a ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
Procurado pelo Portal iG, o governador não se manifestou sobre o assunto. Caso se posicione, a matéria será atualizada.
IG Último Segundo
